O Jogo dos Espíritos | Crítica
Fazer a brincadeira do copo depois de ver o filme é uma boa pedida
Quem tem medo de brincadeira do copo?
Sabe aqueles filmes onde jovens morrem um após o outro em cenas sangrentas entremeadas por sustos que se revelam alarmes falsos? Pois este é mais uma dessas películas, mas realizado com competência e estilo.
A história começa quando uma turma de amigos, no meio de uma balada e depois de beber e se drogar, resolve embarcar numa viagem diferente: montar um tabuleiro de Ouija, conhecida por aqui como brincadeira do copo. Dedos posicionados sobre um copo em uma mesa repleta de folhas com letras, eles começam o jogo. Logo na primeira pergunta, um espírito começa a soletrar mensagens. E a mensagem não poderia ser mais assustadora: todos mortos. É o bastante para um deles, Liam, entrar em pânico e quebrar o copo. Segundo a especialista Lucy, isto pode deixar o espírito à solta.
Começa então uma seqüência de mortes escabrosas envolvendo os oito participantes da brincadeira. As coisas ficam mais intrigantes quando se revelam mistérios em torno do senhorio da casa onde moram e do pai de Liam. Em busca da verdade, os sobreviventes investigam tudo aquilo que possa salvá-los, mas o mal liberado parece grande demais para ser desafiado.
POR TRÁS DO COPO
O estúdio inglês Working Title foi fundado pelos produtores Tim Bevan e Eric Fellner, responsáveis por sucessos como Quatro casamentos e um funeral, Um lugar chamado Nothing Hill e O Diário de Bridget Jones.
Encabeçando o elenco de nomes desconhecidos do grande público, está o ator escocês Alec Newman (Liam), que atuou na versão televisiva da ficção Duna. Outro destaque é o americano Lucas Haas (Webster), de A testemunha, Marte ataca!, Todos dizem eu te amo e vários outros filmes.
Seguindo a filosofia de produzir filmes de baixo orçamento com diretores e escritores iniciantes, a Working Title entregou a direção para Marcus Adams, que antes só havia filmado comerciais de TV, vídeo clips e curta-metragens. O resultado rende bons sustos, em parte graças à trilha sonora histérica e envolvente. A atmosfera decadente e a crueza das imagens ganham impacto com a edição frenética.
Caindo em habituais clichês, incluindo os sustos finais, O Jogo dos Espíritos é diversão ligeira e pode servir para embalar uma sexta-feira fria e tempestuosa. Melhor ainda, só uma sessão de brincadeira do copo logo depois do filme. Alguém se arrisca?
O Jogo dos Espíritos
Long Time Dead