O código Da Vinci (crítica Fábio Yabu)
O código Da Vinci (crítica Fábio Yabu)
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Ler O Código Da Vinci é ler o roteiro de um filme hollywoodiano. Sem rodeios, rápido, pontuado por seus clichês, perseguições de carro, cidadãos comuns dando olé na polícia e (muitas) reviravoltas. O jogo já estava ganho no momento em que o primeiro exemplar foi vendido, e daí para uma produção estrelada por Tom Hanks foi um pulinho.
Talvez esteja aí o grande problema do filme. Com uma origem tão chamativa e lucros tão certos, o roteiro não se esforça em amenizar as discrepâncias do livro ou retrabalhar personagens mal aproveitados. Tudo está tal qual no texto de Dan Brown, e o aparente excesso de confiança transparece claramente em todo o filme. Estrelas como Tom Hanks, no papel do protagonista Robert Langdon, e Jean Reno, como o policial Bezu Fache, têm atuações totalmente medianas, quase descompromissadas. Audrey Tautou, a eterna Amélie, escorrega feio na interpretação da detetive Sophie Neveau, e Alfred Molina parece preocupado com a hora de ir embora enquanto interpreta o Bispo Aringarosa.
A única atuação notável é de Sir Ian McKellen no papel de Sir Leigh Teabing, personagem que, como no livro, não diz lá muito a que veio e parece ter sido colocado só pra garantir mais algumas reviravoltas na trama.
Apesar de tudo, o roteiro de Akiva Goldsman apara algumas arestas do livro e nos poupa de certos constrangimentos. As mirabolantes explicações sobre a Opus Dei, Jesus Cristo, Maria Madalena e os Cavaleiros Templários são ilustradas através de flashbacks e transposição de planos que podem irritar quem leu o livro, mas explicam de forma quase pedagógica sua trama aos não iniciados. Uma forma de aproveitar o filme é não se preocupar muito com a história e se deixa conduzir por todas as reviravoltas apenas em nome da diversão. Como um Indiana Jones moderno, mas sem músculos, sem ação, sem encanto e verborragia de sobra.
O Código Da Vinci
The Da Vinci Code

