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Filmes
Crítica

O Amor é Cego | Crítica

O espectador mais exigente pode assimilar a mensagem benévola da beleza interior, mas custa a engolir as escatologias.

MH
14.02.2002, às 01H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 15H01

Dentro dos subgêneros do humor, o cinema norte-americano especializa-se em dois pólos: o besteirol rasgado e a comédia dramático-romântica. Responsáveis diretos pelo sucesso do primeiro tipo na década de 90, os diretores Bobby e Peter Farrelly agora aventuram-se pela segunda categoria – claro, à sua maneira. Depois dos criativos e descompromissados Debi e Lóide (1994) e Quem vai ficar com Mary&qt& (1998), os irmãos Farrelly buscam a maturidade através de O amor é cego (Shallow Hal, 2001), uma história cheia de escatologias, mas que propõe também lições de solidariedade, amizade e outros tipos de humanismos.

Um tipo fútil, superficial, Hal Larson (Jack Black, de Alta fidelidade) tenta cumprir a promessa que fez ao falecido pai – jamais se envolver com uma mulher feiosa. No seu cotidiano, só as mais saudáveis aspirantes a modelo têm vez. Certa ocasião, porém, Hal encontra um especialista em hipnose, que o aconselha a prestar atenção na beleza interior das pessoas. O rapaz cruza com a simpática e bem-humorada Rosemary - Gwyneth Paltrow, que os efeitos especiais e a maquiagem engordaram a exatos 136 quilos. Efetivamente, Hal apenas enxerga o que existe na alma de Rosemary, magrinha, magrinha. Agora, além do preconceito de seu melhor amigo, Mauricio (Jason Alexander), o ex-superficial precisa combater todos os tabus pelo seu amor. O problema: que acontecerá quando cessarem os efeitos da hipnose&qt& O namoro continuará&qt&

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Quando apenas se metiam com o humor desbragado, os Farrelly cumpriam enormemente a tarefa de entreter sem qualquer compromisso. Com o tempo e a experiência, porém, uma certa responsabilidade social se manifestou. Os deficientes físicos e os seres bizarros, como crianças queimadas e homens com rabo, continuam presentes, mas se envolvem com uma aura de solidariedade. Nada de errado. A tentativa de exaltar causas nobres no lugar de meras bobagens deve ser louvada. Mas, igualmente, se manifestaram pequenos equívocos de condução da linguagem, de direção e roteiro. Ao abordar o riso de forma controlada, o filme talvez desagrade aos fãs mais habituais dos Farrelly. Por outro lado, o espectador mais exigente pode assimilar a mensagem benévola da beleza interior, mas custa a engolir as escatologias.

Existem outros defeitos, como o uso abusivo de clichês – Hal está jantando com uma gostosa num restaurante e, de repente, chega a gordona Rosemary, entre outros exemplos – e a direção pouco eficiente do elenco. O coadjuvante Jason Alexander (o ótimo George, de Seinfeld), só consegue mostrar seu talento no final – exatamente quando tem um daqueles ataques nervosos típicos da velho personagem. Já Jason Black mostra-se inseguro no papel principal. Os filmes dos Farrelly continuam dependendo de atores com talento nato, como Jim Carrey, Cameron Diaz e Ben Stiller. No meio da confusão, salva-se a ótima Gwyneth Paltrow.

Apesar dos pesares, de todos esses detalhes, a questão principal volta e se impõe sobre as outras: como escapar dessa mistura heterogênea? Como fazer um filme que mistura piadas e emoção dar certo? Cabe aos Farrelly seguir o caminho da diversão ou da conscientização?

Nota do Crítico

Bom
Marcelo Hessel

O Amor é Cego

Shallow Hal

2001
113 min
Comédia
País: EUA
Classificação: LIVRE
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Elenco: Gwyneth Paltrow, Jack Black, Jason Alexander, Joe Viterelli, Bruce McGill, Tony Robbins, Susan Ward, Zen Gesner, Brooke Burns, Rob Moran, Kyle Gass, Nan Martin, Sasha Neulinger, Erinn Bartlett, Daniel Greene
Onde assistir:
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