No Pain, No Gain | Crítica
Mostra de Cinema: <i>No Pain, No Gain</i>
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"Mike Zorillo é fisiculturista em uma pequena cidade de Ohio. Um homem incomum, que combina um corpo supermusculoso com um QI digno de um gênio. Em busca do sonho de mostrar ao mundo suas idéias revolucionárias sobre desenvolvimento de músculos perfeitos, Mike viaja para a meca do fisiculturismo, Los Angeles, e percebe que a única maneira de atingir seus objetivos é vencer a competição de maior prestígio dessa modalidade, a Mr. West Coast. O maior obstáculo no caminho do atleta está num bando de loucos por academias de ginástica que tomam esteróides para aumentar a massa muscular. Por causa de suas pesquisas científicas, Mike passa a ser perseguido pela maior companhia de nutrição, mas recebe a ajuda de um gênio da computação e de uma bela lutadora de kickboxing. Juntos, vão descobrir o que falta em suas vidas".
Com uma sinopse dessas, o filme merecia a atenção do Omelete. Acreditávamos que se tratava de uma comédia escrachada independente, daquelas de doer o rosto de tanto rir. Ledo engano. Surpreendentemente, No pain, no gain (2004) - algo como "sem sofrimento não há ganho" - se leva a sério durante toda a projeção (com apenas um ou outro alívio cômico). O motivo é simples e claro: o assunto é realmente seríssimo... pelo menos para quem pratica o fisiculturismo competitivo.
Mas se o diretor trata o tema de forma quase religiosa, não significa que a platéia faça o mesmo. As garagalhadas são inevitáveis e só não acontecem quando deveriam (todos os momentos de humor voluntário do filme são infames). Este fenômeno é marca característica dos trash movies, filmes em que o diretor acredita estar criando algo memorável, relevante até. No pain, no gain é sem dúvidas um louvável exemplar desse gênero. É notável como o estreante em longas Samuel Turcotte realmente tem fé em seu filme, recheando-o de frases de efeito e buscando ângulos e mensagens edificantes. Chamá-lo de Ed Wood do fisiculturismo não seria exagero!
Tão fascinante quanto o empenhado Turcotte é o elenco. Formado por truculentos campeões de fisiculturismo e capitaneado por Gus Malliarodakis (como Zorillo), o time é maravilhosamente lastimável. Incapazes de decorar longos diálogos (e o filme é cheio deles), os atores forçam o diretor a picotar os discursos no meio, o que causa problemas de continuidade gritantes. Outro recurso bastante utilizado é a "cola". Ao conversar com um cientista, o protagonista passa diversos segundos lendo sua fala de um papel que tem em mãos. Hilário!
Se decidir encarar, besunte seu corpo de óleo, coloque uma tanga, faça uma pose de Conan e boa sorte! ;-)


