Meu Amigo Enzo

Créditos da imagem: Universal Pictures/Divulgação

Filmes

Crítica

Meu Amigo Enzo

Dramalhão carece de profundidade e só atinge o objetivo de fazer o público chorar

07.08.2019, às 16H19.
Atualizada em 08.08.2019, ÀS 07H06

Dramas com protagonismo de cachorro fazem parte de uma categoria à parte, com um elemento comum certeiro: o choro do público. Este é o caso de Marley e Eu, Quatro Vidas de um Cachorro, Sempre ao Seu Lado e não é exceção para Meu Amigo Enzo, adaptação cinematográfica de Simon Curtis para o livro de Garth Stein, A Arte de Correr na Chuva. Com muito drama e pouca criatividade, o longa conta a história de Enzo, animal com a voz de Kevin Costner que narra a vida de seu dono, Denny (Milo Ventimiglia), um aspirante a piloto de Fórmula 1.

Meu Amigo Enzo, já na primeira cena, apela pelo choro, apresentando o cachorro em estado crítico de saúde. Com o público já vulnerável, o longa passa a recontar toda a vida de Enzo e seu dono passando por um furacão de dramas, como a doença e degeneração da companheira de Denny, até uma batalha judicial pela guarda da filha do casal. Tudo isso é narrado por Enzo, e talvez este seja o maior problema do filme. Sem encontrar um equilíbrio entre a ingenuidade e a superinteligência, os pensamentos de Enzo ficam nem lá, nem cá. O suposto humor que viria da personalidade do cachorro nunca realmente acerta, passando longe da astúcia de uma produção como Olha Quem Está Falando.

Sem um bom narrador, que serviria como a base essencial, Meu Amigo Enzo perde o chão. A narrativa estaria sob controle se ele acertasse no ritmo ou na problemática, mas é difícil encontrar algo que o sustente. Não há profundidade suficiente na carreira de piloto de Denny, por mais que sua habilidade de correr na chuva sirva como uma metáfora melosa para a vida. Muito menos há alguma lógica na batalha judicial que o protagonista enfrenta. Depois de estar ausente no nascimento da filha e durante a doença da mulher, o que acaba deixando Enzo sozinho por 48 horas em casa, é pouco lógico que o personagem se surpreenda com a tentativa de guarda da neta pelos pais de sua esposa. O retrato do casal como vilão, a tristeza de Denny perante o obstáculo e a narrativa do cachorro até convencem o espectador sensibilizado, mas basta um simples questionamento para perceber que o piloto não parecia ser apto para criar a filha.

A carência de Meu Amigo Enzo não está em seu elenco. Milo Ventimiglia entrega uma performance honesta e Amanda Seyfried está exageradamente bem para a qualidade da produção. Mas o único objetivo realmente certeiro de Meu Amigo Enzo é a sua capacidade de fazer o público chorar algumas vezes. Com muito açúcar e pouca recompensa, a produção não tem criatividade ou magia para se tornar algo além de "mais um filme de cachorro".

Nota do Crítico
Ruim
Meu Amigo Enzo
The Art of Racing in the Rain
Meu Amigo Enzo
The Art of Racing in the Rain

Ano: 2019

Classificação: LIVRE

Direção: Simon Curtis

Elenco: Amanda Seyfried, Milo Ventimiglia

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