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Crítica

A Marca do Medo | Crítica

Filme comprova a vocação da produtora Hammer para o terror de época

09.07.2014, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 15H21

Não é só o medo do desconhecido que serve para instalar o terror dos filmes do gênero. A maneira como os homens respondem a esse desconhecido às vezes pode gerar até mais horror; as cenas em que Regan é submetida a procedimentos médicos em O Exorcista para identificar que mal a assola são tão aflitivas quanto o próprio exorcismo em si.

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Em A Marca do Medo (The Quiet Ones), somos apresentados a uma experiência científica supostamente baseada em eventos históricos. Jared Harris (Mad Men) vive um professor na Inglaterra que não acredita no Além. Para ele, qualquer atividade paranormal é fruto de energia humana negativa, projeções manifestas da mente, e para documentar em vídeo esse fenômeno físico ele usa métodos pouco ortodoxos com seus pacientes. Na trama, seus alunos começam a questionar a ética do professor, quando o tratamento da paciente Jane Harper (Olivia Cooke) se torna mais e mais pessoal.

Como nos outros terrores da produtora Hammer Films, a exemplo de A Mulher de Preto, a ambientação de época tenta fazer um resgate histórico fiel de costumes para gerar um conflito com a visão de mundo que temos hoje. No caso de A Marca do Medo, voltamos ao começo dos anos 70, época do amor livre e das experiências com drogas - o que implica muita coisa que tratamos como politicamente incorreta hoje, como o fato de o professor fumar o tempo inteiro enquanto trabalha. Esse choque de gerações ajuda a criar o cenário de leviandade com que os tratamentos transcorrem em cena.

Embora seja difícil de quantificar, a presença do cineasta Oren Moverman, de dramas como O Mensageiro, entre os roteiristas creditados pode ter ajudado a dar a A Marca do Medo essa qualidade no texto; não é o típico terror de estética documental em que os protagonistas parecem apenas preencher funções pré-determinadas (o aluno questionador, o professor obsessivo). Os personagens do filme do diretor John Pogue (Quarentena 2) soam de fato como pessoas de verdade que passaram pelas mudanças dos anos 70.

Isso não impede, claro, que o filme arraste os protagonistas por clichês que quase todo terror, independente da origem ou dos envolvidos, se vê obrigado a repetir hoje em dia, como a investigação que traz revelações do passado ou os infames ganchos para eventuais continuações.

A Marca do Medo | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
A Marca do Medo
The Quiet Ones
A Marca do Medo
The Quiet Ones

Ano: 2014

País: EUA, Inglaterra

Classificação: 14 anos

Duração: 98 min

Direção: John Pogue

Elenco: Jared Harris, Sam Claflin, Olivia Cooke, Erin Richards, Rory Fleck-Byrne, Laurie Calvert, Max Pirkis, Richard Cunningham, Aldo Maland

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