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Filmes
Crítica

Maníaco do Parque se apoia no ativismo para mascarar ficção insossa

Boa atuação dos protagonistas não salva o filme de Maurício Eça

Omelete
3 min de leitura
17.10.2024, às 12H26.
Maníaco do Parque se apoia no ativismo para mascarar ficção insossa

Créditos da imagem: Prime Video/Divulgação

O caso do Maníaco do Parque foi um dos mais notórios do século 20 no Brasil. No fim dos anos 1990, o serial killer Francisco de Assis Pereira foi condenado por crimes de estupro, estelionato, atentado violento ao pudor e homicídio após confessar o assassinato de 11 mulheres e outros 23 ataques realizados no Parque do Estado, situado na zona sudeste de São Paulo, e a brutalidade de seus atos ficaram marcados na história do país.

A história macabra de Francisco ganhou vida em Maníaco do Parque, produção do Prime Video que tem direção de Maurício Eça, diretor por trás dos filmes sobre o caso Suzane von Richthofen estrelados por Carla Dias. Com o ótimo Silvero Pereira (Bacurau) na pele do serial killer, o longa é uma obra de ficção livremente inspirada nos eventos reais relatados na época pela imprensa, mas o resultado final fica aquém das expectativas.

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No longa, Giovanna Grigio (Rebelde) dá vida à repórter Elena, personagem que não existe na vida real, mas que foi idealizada por Eça para representar as muitas mulheres que se envolveram na cobertura e investigação do caso. Uma das mais jovens na equipe de reportagem do Notícias Populares, ela enfrenta o descaso e o machismo de seus pares diariamente, e vê na história dos assassinatos cometidos por Francisco uma oportunidade de mostrar seu valor.

Uma das principais dificuldades de Maníaco do Parque é encontrar a história que realmente quer contar. O roteiro de L.G. Bayão busca elucidar as motivações de Elena, uma jovem repórter em crise com a morte de seu pai, e as de Francisco, um motoboy aparentemente inofensivo, mas que esconde uma face monstruosa por trás. Ao transitar entre as narrativas de seus protagonistas, o longa se mostra uma representação isossa dos eventos que marcaram o caso do serial killer, muitas vezes sustentados pela curiosidade de ver como o Brasil dos anos 1990 retratava uma história como essa na TV - como a participação especial do apresentador Gilberto Barros, ícone da época, busca representar.

A falta de clareza do roteiro só é salva pela mensagem nada subliminar de dar voz às muitas vítimas que acabaram silenciadas pelo machismo que ainda impregna a sociedade. Se para os editores de Elena a morte de uma mulher atropelada pelo marido era quase nada, para a polícia elas tinham ainda menos significado. “Mulher morta e marido corno acontece todos os dias”, destaca o delegado vivido por Augusto Madeira. Um retrato fiel dos valores da época, mas infelizmente ainda muito atual.

Um dos atores mais versáteis do audiovisual brasileiro, Silvero Pereira e entrega uma atuação potente como um dos assassinos mais notórios do Brasil. No entanto, em certas cenas, sua retratação de Francisco se torna caricata demais e se descola da própria explicação dada pela psicologia sobre como funciona a mente de um psicopata. Se a ciência descreve este indivíduo como alguém incapaz de demonstrar sentimentos e/ou reações, o personagem de Pereira sente emoções como raiva e nervosismo até demais.

Ainda que com menos destaque, Giovanna também entrega uma atuação convincente como a repórter implacável em busca de justiça por outras mulheres. Em uma das cenas mais impactantes do filme, a atriz deixa transbordar uma emoção palpável, tornando impossível não se afeiçoar àqueles sentimentos - sejam os dela ou das sobreviventes dos ataques de Francisco.

Como relato, Maníaco do Parque faz do ativismo pelas vítimas o seu principal motor. Uma pena que, como obra de ficção, o longa pouco faz para ser lembrado como referência em adaptações de true crime do Brasil.

Nota do Crítico

Maníaco do Parque

2024
País: Brasil
Onde assistir:
Oferecido por

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