Icone Chippu

Alguém disse desconto? Com o Chippu você tem ofertas imperdíveis de streamings e Gift cards! Corre!

Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Icone Conheça Chippu Ver ofertas
Icone Fechar
Jade Warrior
(Jade soturi)
Finlândia/China/Holanda, 2006
Drama/Ação - 100 min

Direção: Antti-Jussi Annila
Roteiro: Antti-Jussi Annila, Petri Jokiranta, sobre história de Iiro Kuttner

Elenco: Tommi Eronen, Markku Peltola, Zhang Jing-chu, Krista Kosonen

Imagine um filme sobre os cavaleiros Wuxia (guerreiros chineses) produzido na Finlândia e por finlandeses. Um país muito mais ligado à temática de guerreiros-nórdicos-medievais se arriscando a contar uma história sobre um amor impossível entre exímios lutadores? Isso mesmo, apaixonado por essa temática chinesa, o diretor Antti-Jussi Annila faz sua estréia cinematográfica em Jade Warrior (Jadesoturi, 2006).

Omelete Recomenda

Mas essa esdrúxula ligação não é fruto da imaginação de Annila. Ele aproveitou a recém-descoberta ligação do Kalevala (poema finlandês sobre lendas e sabedoria) com a linguagem e cultura chinesa. No Kalevala, cuja última versão foi escrita em 1849, existe um artefato chamado de Sampo, uma espécie de máquina de magia que possui o segredo da felicidade e prosperidade. No total, o poema tem 50 contos, sendo que a metade deles trata da criação do mundo e de três heróis. Já o restante mostra uma guerra motivada pela posse do Sampo. A máquina foi criada por um ferreiro com o objetivo de conquistar sua amada. Pesquisadores encontraram uma ligação do Sampo com um templo tibetano chamado de Sang Fu. A pronuncia de ambos os nomes é muito parecida e Sang Fu significa para os mongóis o berço da felicidade. Com o descobrimento de múmias européias do norte setentrional em solo chinês o elo foi confirmado.

O roteiro escrito por Antti-Jussi Annila e Petri Jokiranta foi baseado em uma história escrita por Iiro Kuttner. A trama acontece entre 2000 AC e os dias de hoje. Tudo começa quando um ferreiro mágico cria, usando uma tecnologia não antes conhecida, uma caixa de produzir felicidade para todo o planeta. Ele resolve deixar para seu filho, Sintai (Tommi Eronen), abri-la quando mais necessitar. Um poderoso demônio (Taisheng Cheng) rouba a caixa com a intenção de trazer o inferno para a Terra. Mas seus planos não dão certo quando descobre que a caixa só pode ser manipulada por Sintai. Segundo a profecia, Sintai irá matar o demônio e livrar a Terra de destino tão cruel. Como recompensa, Sintai não precisará mais reencarnar. Para cumprir seu destino, Sintai passa a sua vida treinando entre os monges. Antes de seu combate com o demônio, ele anseia viver um dia como um ser humano normal e acaba se apaixonando por uma guerreira (Hao Dang).

No presente, percebemos que Kai (também Tommi Eronen) é o descendente do ferreiro. Ele não sabe nada sobre o tal artefato e só se preocupa em reconquistar Ronja (Krista Kosonen), sua ex-namorada que está deixando a cidade. Antes de ir embora, Ronja resolve levar para uma espécie de antiquário uma caixa com alguns pertences de Kai. O local também abriga um enigmático corpo mumificado que está sendo pesquisado por Weckström (Elle Kull). O misteriosos dono do local Berg (Markku Peltola) acaba descobrindo os poderes da caixa e resolve procurar Kai, o único que pode manipulá-la.

Infelizmente, a interessante premissa não tem um resultado satisfatório. Em uma tentativa de instigar o espectador, o diretor Antti-Jussi Annila traça a trama entre o presente e o passado fazendo paralelos, mas tal recurso acaba atrapalhando a narrativa, que fica confusa e truncada. Todo cineasta deve ter em mente que não necessariamente o público seja um conhecedor profundo sobre o tema abordado. E que não o trate como um imbecil. Annila certamente não prestou muita atenção nesses "dogmas". Isso proque ele não resolve se o seu filme é sobre reencarnação, Kalevala ou cavaleiros Wuxia e isso faz com que não se desenvolve nenhum dos temas. No final, há uma rocambolesca e incoerente mistura.

Alguns personagens reencarnam, outros não. Somente os personagens Sintai/Kai são interpretados pelo mesmo ator. Já os outros são interpretados por outros atores com a intenção de esconder quem é quem na trama. E Tommi Eronen não tem o carisma e talento necessário para carregar o personagem mais importante da trama. Quando travestido de Sintai ele acha que basta por uma longa peruca preta para demonstrar reflexão e sabedoria. Ele confunde evolução espiritual com falta de expressão. Quando está na pele de Kai, ele acha que não saber o que está acontecendo é ficar aparvalhado.

Mas o mais frustante são as pouquíssimas cenas de ação ou luta. No começo, temos um exército marchando, o que dá a impressão de que a batalha será épica. Mas nunca saberemos o que aconteceu no conflito, já que nos são mostrados apenas cadáveres espalhados pela relva. As lutas, na realidade, são apenas duas, sendo que a primeira é belamente filmada, mas foi copiada descaradamente dos ótimos filmes do cineasta Zhang Yimou (Herói e O Clã das adagas voadoras). São esteticamente satisfatórias, mas completamente sem emoção. E, para piorar, Annila criou seus guerreiros com dilemas sobre a criação e o cosmos, mas sem nenhuma base que sustentasse isso. Tudo bem que cinema não busca lógica, mas enfiar goela abaixo situações sem um mínimo de verossimilhança é abusar da técnica norte-americana de suspension disbelief (suspensão da descrença).

Nota do Crítico

Regular
Mario "Fanaticc" Abbade

Jade Warrior

Jade Warrior

2007
100 min
Ação
País: China, Finlândia, Estônia
Classificação: LIVRE
Direção: Antti-Jussi Annila
Elenco: Tommi Eronen, Markku Peltola, Zhang Jingchu
Onde assistir:
Oferecido por

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.