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Um Lobisomem na Amazônia | Crítica

<i>Um Lobisomem na Amazônia</i> - Mostra de SP

05.10.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Um Lobisomem na Amazônia
Brasil, 2005
Terror/Comédia - 74 min.

Direção: Ivan Cardoso
Roteiro: Rubens Francisco Luchetti

Elenco: Danielle Winits, Karina Bacchi, Tony Tornado, Tania Boscoli, Bruno de Lucca, Orlando Drummond, Nuno Leal Maia, Júlio Medaglia, Joana Medeiros, Evandro Mesquita, Paul Naschy, Pedro Neschling, Charles Paraventi, Caio Ramos, Guará Rodrigues, Djin Sganzerla, Daiana Amêndola.

Imagine um filme com um lobisomem, guerreiras amazonas, um deus inca e o célebre personagem Dr. Moreau, todos reunidos na Amazônia. Essa mistura toda só pode ser duas coisas: ou o filme novo da Xuxa, ou um terror trash. Mas como o nome de Ivan Cardoso aparece nos créditos como diretor, a segunda opção fica evidente. Produção do gênero Terrir, Um Lobisomem na Amazônia (2005) é uma verdadeira pérola do cinema nacional. É tão ruim que provoca gargalhadas nos que curtem o estilo do quanto pior, melhor".

O filme marca o retorno de Ivan à cadeira do diretor. Seu último trabalho com longas foi O Escorpião Escarlate de 1986. Para seu novo projeto, o cineasta caprichou com uma trama ainda mais absurda que suas criações anteriores. Nela, cinco jovens resolvem fazer uma expedição à procura do "chazinho esperto" no Santo Daime amazonense. Liderados por um sujeito chamado Jean Pierre, o grupo ruma para um local que tem a fama de ser palco de crimes horríveis, em que os corpos das vítimas são dilacerados por algum tipo de animal. Enquanto isso, o delegado Barretão e o Dr. Corman (olha a homenagem ao Rei do trash aí), um biólogo, são enviados pelo prefeito para descobrir o que está acontecendo por lá. Completa essa loucura o enlouquecido Dr. Moreau, que conseguiu escapar da ilha na qual realizava suas abomináveis experiências e mudou-se para a Amazônia.

Moreau tem em seu poder o livro do Dr. Mengele, o cientista louco nazista. Com as anotações do alemão, ele continua gerando suas criações monstruosas. Seu novo projeto são as amazonas, que segundo as lendas, moravam centenas de anos atrás na floresta brasileira. Através de hipnose, Moreau consegue que mulheres (todas seminuas, num verdadeiro festival de peitos de fora) acreditem fazer parte dessa tribo perdida. Mas e o lobisomem do título, você deve estar se perguntando... calma... ele está lá também pra coroar essa salada.

O cenário, a Amazônia, só aparece em cenas aéreas. É evidente que os atores filmaram nas florestas cariocas. E por falar em atores, as interpretações são um desastre. Mas, sinceramente, isso importa em um filme de Ivan Cardoso? A intenção é esculhambar com tudo, através de diálogos humorísticos e recheados de palavrões. Há frases memoráveis como "ainda pego esse lobisomem filho da puta" ou "espada atrás de mim eu não gosto".

Para viver Moreau, Ivan conseguiu a participação do fantástico Paul Naschy, ator espanhol e ícone de filmes de terror europeus. Ele embarca na onda e nota-se que está se divertindo. Esse espírito contagia os demais integrantes do elenco, que conta com uma porção de globais. Chefiando a turma dos exploradores temos Danielle Winits. Já na primeira cena, ela aparece tomando banho com seus dotes siliconados de fora. Depois de uma homenagem a Psicose de Hitchcock, o outro atrativo para o público masculino surge no chuveiro: Karina Bacchi entra em cena e imediatamente faz valer a expectativa, dividindo uma seqüência apimentada com Winits. Os outros companheiros são Pedro Neschling, Bruno De Luca e Djin Sganzerla. Eles interpretam os típicos jovens de fitas de terror que entram no mato para, um a um, morrerem massacrados. O guia deles, o já citado Jean Pierre, é interpretado pelo multimídia Evandro Mesquita, que também contribuiu no roteiro. Como o delegado Barretão e seu companheiro, o Dr. Corman, foram escalados Tony Tornado e Nuno Leal Maia. A dupla é a melhor coisa do filme, com destaque para Nuno, que rouba todas as cenas em que aparece. A coroação do elenco chega na forma do cantor Sidney Magal, que surge como um deus inca. Numa das cenas mais hilárias do filme, ele aparece cantando com o seu típico rebolado, todo pintado e vestido como um destaque de escola de samba.

Na exibição de gala do filme, ocorrida no cine Odeon durante o Festival do Rio, algumas amazonas recepcionavam o público que lotou o cinema. Durante a sessão, um lobisomem surgiu no meio da projeção e arrastou a dentadas uma donzela, que gritava horrorizada, para fora da sala. Enquanto a criatura de carne e osso atacava de verdade no cinema, o lobisomem das telas mergulhava sobre uma inocente. O público explodiu em gritos e palmas. Mais deliciosamente trash, impossível!

Nota do Crítico
Ruim
Um Lobisomem na Amazônia
Um Lobisomem na Amazônia
Um Lobisomem na Amazônia
Um Lobisomem na Amazônia

Ano: 2005

País: Brasil

Classificação: 16 anos

Duração: 80 min

Direção: Ivan Cardoso

Roteiro: Rubens Francisco Luchetti

Elenco: Paul Naschy, Danielle Winits, Evandro Mesquita, Karina Bacchi, Djin Sganzerla, Nuno Leal Maia, Bruno de Lucca, Daiana Amêndola, Tania Boscoli, Sidney Magal, Orlando Drummond, Joana Medeiros, Guará Rodrigues, Tony Tornado, Analu Silveira, Caio Ramos

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