Sinbad: A Lenda dos Sete Mares | Crítica

Trailer Sinbad: a lenda dos sete mares (Sinbad: legend of the seven seas) EUA - 2003 - 83min. Comédia/animação Direção: Tim Johnson, Patrick Gilmore Roteiro: John Logan Vozes no original: Brad Pitt, Catherine Zeta-Jones, Michelle Pfeiffer, Joseph Fiennes, Dennis Haysbert, Timothy West, Adriano Giannini

Pra muita gente, o nome Sinbad remete imediatamente aos clássicos das "sessões da tarde" como Sinbad e a princesa (The 7th Voyage of Sinbad, de Nathan Juran, 1958), A Nova Viagem de Sinbad (The Golden Voyage Of Sinbad, de Gordon Hessler, 1974) e Sinbad e o olho do tigre (Sinbad and the Eye of the Tiger, de Sam Wanamaker, 1977). Não por acaso, o novo longa-metragem animado do lendário herói árabe também parece inspirado pela trilogia e seus mágicos efeitos visuais criados pelo mestre da animação stop-motion Ray Harryhausen (King Kong, Fúria de Titãs).

Em Sinbad e a lenda dos sete mares (Sinbad: Legend of the seven seas, deTim Johnson), a destoante mistura de filmagem convencional e animação quadro a quadro de Harryhausen é substituída pela fusão de técnicas tradicionais de animação e computação gráfica desenvolvida pelo pessoal da Dreamworks (a mesma de Shrek). O resultado, como nos antigos filmes do marinheiro, é pouco sutil, mas agrada.

Nesta nova aventura, Sinbad, o ladrão mais audaz a singrar os sete mares, decide seqüestrar o Livro da Paz, para depois pedir um resgate bem gordo. O artefato é um dos maiores tesouros do mundo e garante a segurança e prosperidade de todas as cidades sob sua benção. Contudo, a tentativa é frustrada pelo príncipe Proteus, seu amigo de infância e guardião do objeto.

No momento seguinte, surge um terrível monstro marinho enviado por Eris, a Deusa do Caos. Na batalha, Sinbad cai no oceano e é salvo pela Deusa, que em troca faz com que ele prometa que roubaria o livro para ela. No entanto, tudo não passa de um plano terrível de Eris, que só quer a destruição. Ela acaba roubando o livro sozinha e deixa Sinbad à merce das autoridades, acusado de ter destruído a harmonia da cidade.

A oportunidade ideal de fuga para o marinheiro e sua tripulação se apresenta quando Proteus, certo da honestidade e honra de antigo seu amigo, se oferece para morrer no lugar de Sinbad caso ele não consiga resgatar o livro das mãos de Eris. Todavia, o ladrão decide abrir mão dessa oportunidade e rumar para a diversão que as Ilhas Fiji oferecem. É aí que entra em cena a bela noiva de Proteus, Marina, que se esconde no navio de Sinbad determinada a fazer com que o marinheiro cumpra sua missão e salve a vida de Proteus. Será que o canalha, acostumado a uma vida de pilhagens e saques, encontrará dentro de si os valores necessários para tornar-se um herói?

A aventura é empolgante e a trilha sonora engrandece os feitos do destemido Sinbad, num desenho que diverte sem grandes pretensões. Na versão dublada, o contido Thiago Lacerda não decepciona como a voz do protagonista, assumindo o trabalho que foi de Brad Pitt na versão original. Fica apenas a ressalva a respeito da lamentável escolha de Giovanna Antonelli como Marina.

A atriz não tenta disfarçar seu carregadíssimo sotaque carioca e interpreta a personagem como se fosse a Jade e o Sinbad fosse o Sahid, da novela O Clone. E antes que os cariocas reclamem dessa observação, imaginem só se no lugar dela fosse uma atriz com um carregado sotaque paulista... seria igualmente execrável, principalmente levando em conta que vivemos num país que tem alguns dos melhores dubladores profissionais do mundo.