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Pânico na Floresta | Crítica

<i>Pânico na floresta</i>

04.03.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

Pânico na floresta
Wrong turn

EUA, 2003 - 84 min.
Horror

Direção: Rob Schmidt
Roteiro: Alan B. McElroy

Elenco: Desmond Harrington, Eliza Dushku, Emmanuelle Chriqui, Jeremy Sisto, Kevin Zegers e Lindy Booth.

Tudo bem que ninguém leva a sério os filmes de terror adolescentes. Também sabemos que esses filmes mais fazem rir do que dão medo. Mas precisava traduzir Wrong turn (2003) como Pânico na floresta? Além de ser o título nacional de outra dúzia de películas, não há complacência que resista a tanta falta de criatividade. E antes que você imagine uma trama cheia de árvores malvadas, frutas venenosas e coelhos assassinos, vamos ao fiapo de roteiro.

A caminho de uma entrevista de trabalho, Chris (Desmond Harrington) dirige pelas estradas do Estado de West Virginia. Mas um acidente na pista o faz mudar de direção. Ao consultar o mapa de um posto de gasolina, ele descobre uma rota alternativa, quase abandonada, em meio à mata cerrada. Ali, o rapaz encontra um grupo perdido, cinco jovens liderados pela decidida Jessie (Eliza Dushku). Eles só não sabem que o local abriga sinistros acidentes, carros e pessoas que somem misteriosamente.

Hmmm... Beira de estrada, personagens irrelevantes... Você já sabe o que acontecerá, não? Se fosse lançado diretamente para locação, seu lugar de direito, o filme faria jus àquela chamada clássica de contracapa: "uma galerinha corajosa enfrentando muitos perigos numa aventura assustadora!"

Não é exagero. Em nenhum momento Pânico na floresta esboça originalidade. O filme abre com um crime (para nos apresentar o potencial do inimigo), os coadjuvantes morrem em seqüência manjada (os drogados logo no começo, seguidos pelos lascivos, e os histéricos lá pela metade da projeção), e os atores principais fogem enquanto se lamentam pela chacina dos amigos: "ele morreu para nos proteger", "estamos juntos nessa", "não foi sua culpa", blablablá.

Os cenários precários, como aquele que imita a floresta no escuro, rendem ótimas risadas. Mas dizer que Pânico na floresta homenageia os exemplares do gênero dos anos 70 seria rebaixar, e muito, os Filmes B. Trata-se de uma jogada de marketing da produtora para vender como uma pérola cult o trabalho extremamente preguiçoso do desconhecido diretor Rob Schmidt.

E são várias as artimanhas mercadológicas. Nos EUA, três trailers do filme foram proibidos pela MPAA, órgão responsável pela classificação, por serem "intensos demais". Nada mais enganoso. Os três canibais que perseguem os jovens não são mais selvagens ou "intensos" que qualquer outra monstruosidade do gênero. Aliás, os vilões, espécie de Moe, Larry & Curly desfigurados, não conseguem sequer arrancar a roupa de Eliza Dushku, frustrando expectativas criadas desde a hora em que aqueles lábios polpudos ganham a tela. Uma perda total, enfim.

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