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Osama | Crítica

<i>Osama</i>

29.04.2004, às 00H00.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 22H06

Osama
Osama, 2003
Afeganistão, Japão, Irlanda
Drama - 82 min.

Direção: Siddiq Barmak
Roteiro: Siddiq Barmak

Elenco: Marina Golbahari, Arif Herati, Zubaida Sahar, Gol Rahman Ghorbandi, Mohamad Haref Harati, Mohamad Nader Khadjeh, Khwaja Nader, Hamida Refah

Nos últimos 100 anos a produção cinematográfica no Afeganistão resumiu-se a apenas 40 filmes entre longas e curtas-metragens. A ínfima produção é retrato da situação sócio-econômica do país, eternamente envolvido em conflitos territoriais, étnicos e religiosos. A situação piorou ainda mais quando o regime Talibã assumiu o poder, em 1996, impondo suas regras fanáticas e aplicando punições desumanas aos que ousassem desobedecê-los.

Com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e a subseqüente guerra promovida pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, o regime Talibã caiu. Seis meses depois, o cineasta afegão Siddiq Barmak, que estava exilado no Paquistão, começou a desenvolver Osama. O filme ficou pronto em março de 2003 e, com o apoio do Ministério da Cultura do Irã, marcou o início da produção de longas-metragens no Afeganistão pós-Talibã.

Rodado totalmente na capital Cabul, Osama tem em seu elenco somente atores amadores, recrutados em escolas, orfanatos, centros de crianças de rua e campos de refugiados. A única exceção foi a protagonista, a menina Marina Golbahari, que foi encontrada pelo cineasta enquanto ele andava na rua.

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No triste drama, uma viúva, sua filha e sua mãe vivem presas dentro de casa. Os mulás (chefes talibãs) não permitem que mulheres trabalhem ou saiam de casa sem estarem devidamente cobertas pela infame burka e na companhia de um homem. Assim, sem ter como ganhar dinheiro, as três começam a passar fome, o que força a mãe a tomar uma decisão dramática: disfarçar sua filha como um menino para que ela possa andar pela cidade e arrumar algo para fazer.

No entanto, os mulás pretendem garantir a perpetuação de sua cultura e realizam freqüentemente verdadeiros arrastões de garotos para aulas de religião, costumes, higiene e, claro, combate. Numa dessas seleções, a menina - agora batizada de "Osama" por um jovem pedinte - é levada para um centro de treinamento, no qual vai submeter seu disfarce a terríveis provações.

Apesar do louvável esforço do diretor, o filme não tem grandes inovações. Se, por um lado, nos mostra um pouco de como era o cotidiano durante o regime, por outro, não imprime na tela imagens que já não tenham sido vistas em filmes como A Caminho de Kandahar (as burkas coloridas contrastando com o bege do deserto, por exemplo). Nem mesmo o dilema da emancipação das mulheres é inédito, já tendo sido explorado em produções como Baran ou mesmo Dez, do iraniano Abbas Kiarostami, uma das muitas influências citadas por Barmak.

Outro problema do filme é no desenvolvimento de um dos mulás principais, que terá importância crucial no fim do filme. Ele é apresentado na metade da película como o professor de higiene, numa cena particularmente engraçada. "Lave suas partes três vezes na esquerda, três vezes na direita e três vezes no meio", ensina o mestre, um simpático velhinho gorducho de fala molenga que anda de burrico e gosta de cantarolar. Mais tarde, o filme pede que detestemos tal figura, mas o estrago já foi feito. Ele é simpático demais para ser odiado. Talibã ou não. O que deveria ser o ápice do drama fica engraçado e acabei saindo do cinema com a impressão (totalmente equivocada, eu sei) de que o destino da menina até que não foi assim tão ruim... Enfim, não faria mal ao filme se esse mulá fosse um vilão mais caricato, violento até, já que a história descaradamente assume essa dramaticidade desde o começo.

Nota do Crítico
Regular

Osama

Osama

Ano: 2003

Lançamento: 27.06.2003

Gênero: Drama

País: Afeganistão

Classificação: 12 anos

Duração: 83 min

Direção: Siddiq Barmak

Roteiro: Siddiq Barmak

Onde assistir:
Oferecido por

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