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Saladinha interessante a proposta pelo diretor espanhol Emilio Martínez-Lázaro em O outro lado da cama (El otro lado de la cama, 2002). O filme é uma comédia, que fala de sexo e relacionamentos, entrecortado com números musicais numa roupagem de trash movie.
A descrição acima pode assustar boa parte dos espectadores - e causar um verdadeiro sobressalto aos desavisados na hora em que começa a primeira música - mas, acredite, a mistura ficou excepcionalmente cult. Como nenhum dos atores sabe cantar ou dançar e tampouco parece ter se preocupado em tentar aprender, é como se a sua própria turma resolvesse filmar um musical. Levando-se em consideração, claro, que você não tenha amigos dançarinos...
Os desafinos são frequentes, os falsetes são todos sofridos e os passos de dança são absolutamente ridículos. O resultado é tão divertido que cada um dos números passa a ser aguardado com expectativa, marca de um trash movie de raiz, totalmente honesto. Sabe aquelas apresentações de "jazz" das meninas em qualquer colégio? É bem pior.
Soy un niño melón!
No lado da comédia, as piadas também são infames. Mas as colocações são tão boas que é impossível não sair do cinema repetindo os bordões do filme. Destaque máximo para a frase "Soy un niño melóoooooooooon!", que já virou um verdadeiro clássico aqui no Omelete!
Além de tudo, sozinha, a presença da estonteante deusa ibérica Paz Vega (Lucia e o sexo) já é motivo para ir conferir a produção. No filme, a dona dos seios mais perfeitos da indústria do entretenimento mundial interpreta Sonia, a namorada de Pedro (Guillermo Toledo). Ela nem desconfia que seu noivo está tendo um caso com Paula (Natalia Verbeke), a namorada do melhor amigo dele, o bobão Javier (Ernesto Altiero). Acontece que Paula também é amicíssima de Sonia, o que não a impede de forçar Pedro a romper seu relacionamento para que os dois fiquem juntos. Complicado? Calma que piora.
Como Javier acaba levando um fora da namorada, Pedro tenta fazer com que o amigo encante-se pela estranha Pilar (Maria Esteve), o que facilitaria sua aproximação com Paula. Entretanto, o tiro sai pela culatra e Javier acaba na cama com Sonia... Está montada a bizarra - e engraçada - troca de casais.
Coloque na mistura um detetive obcecado com conspirações sobre John Kennedy, um motorista de táxi que tem a fórmula para conquistar mulheres ("las chicas son guerreras!" canta o moço) e uma atriz de teatro lésbica que acaba sendo puxada para o meio de toda essa confusão e você terá idéia do potencial trash/cult de Do outro lado da cama.
Diversão esquisita... mas garantida.
