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Crítica

O Enviado | Crítica

<i>O Enviado</i>

MH
23.09.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

O Enviado
Godsend

EUA, 2003
Suspense - 100 min.

Direção: Nick Hamm
Roteiro:
Mark Bomback

Elenco: Robert De Niro, Rebeca Romijn-Stamos, Greg Kinnear, Cameron Bright

Nick Hamm serviu de diretor à Royal Shakespeare Company de 1983 a 1988. Do tablado, foi à televisão inglesa, dirigiu documentários, dramas, séries e conquistou um Bafta de melhor curta-metragem em 1992. Mas nenhum de seus trabalhos rendeu mais dividendos do que O Buraco (The Hole, 2001), suspense teen europeu que colocava Thora Birch e Keira Knightley numa roda de mortes e manipulação. A aura cult que de repente envolveu O Buraco colocou Hamm em Hollywood e o gabaritou para gerenciar O Enviado (Godsend, 2004).

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Na trama, Paul Duncan (Greg Kinnear) e sua esposa, Jessie (Rebecca Romijn-Stamos), comemoram o oitavo aniversário de seu filho Adam (Cameron Bright). No dia seguinte - já que as tragédias no cinema são sempre inesperadas - Adam, forrado de presentes novos, escapa alguns metros da superproteção da mãe e acaba abalroado por um carro que não apenas se desgoverna, como praticamente levanta vôo em direção ao meninote. O cientista Richard Wells (Robert De Niro) não perde tempo. Procura o casal em pleno velório para propor uma ilegalidade: o laboratório de que faz parte, Godsend, consegue criar um clone idêntico de Adam.

Paul, professor de Biologia, recusa. Jessie, transtornada, fica sem reação. Passados alguns dias, e depois de ouvir atentamente os argumentos do Dr. Wells, decidem se envolver na empreitada. Tempos depois, o novo Adam surpreende os pais - tudo nele, todo tipo de reação, repete identicamente a vida do filho morto. O problema é que a ciência não previa o que aconteceria quando o clone ultrapassasse o tempo de vida de sua matriz. Completados os oito anos, para desespero dos Duncan, Adam vira uma mistura de Dolly com Boneco Assassino.

Bem, não vira exatamente um psicopata deformado, mas O Enviado ganharia muito se optasse por esse lado mais grotesco. Acontece que Nick Hamm pode até ser um prodígio das Artes, mas a indústria norte-americana sempre uniformiza os filmes feitos sob encomenda. Assim, Adam não é só o clone de si mesmo, mas também o clone de todo personagem-mirim dos filmes de susto, seja a Samara de O Chamado, ou o Cole de O Sexto sentido. Não faltam na história nem os desenhos sinistros feitos pela criança na escola - uma espécie hollywoodiana de prova incontestável de indícios sobrenaturais, ou algo parecido.

No fim das contas, O Enviado carece de personalidade. Como homem de teatro, Hamm orquestra muito bem o seu elenco, capta competentemente os arroubos de De Niro, mas isso não serve para tirar o filme da vala comum. O diretor mostra até certo apuro visual ao não verbalizar a influência da igreja, e sim mantê-la presente na forma opressiva de crucifixos, do altar que queima. Mas, de novo, isso é muito pouco. As obviedades do texto do inexperiente Mark Bomback - roteirista contratado para escrever o novo Duro de Matar - se sobressaem.

Acompanhe o final absolutamente broxante e indeciso do filme: é isso que acontece quando se combina realizadores de aluguel e produtores sem coragem com testes de audiência. Dá saudade da Hollywood dos anos 1970, quando rebentos amaldiçoados ainda eram a Regan de Linda Blair e o bebê de Rosemary.

Nota do Crítico

Ruim
Marcelo Hessel

O Enviado

Godsend

2004
24.09.2004
102 min
Terror
País: EUA / Canadá
Classificação: LIVRE
Direção: Nick Hamm
Roteiro: Mark Bomback
Elenco: Robert De Niro, Greg Kinnear, Rebecca Romijn, Cameron Bright
Onde assistir:
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