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Crítica

O Chamado | Crítica

O original japonês

05.02.2003, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 12H01

Baseado em aclamado livro do japonês Koji Nakata, o filme O Chamado (The ring, de Gore Verbinski, 2002) tem impressionado muita gente com sua premissa tenebrosa: mortes que acontecem depois que as vitimas assistem a uma misteriosa e amaldiçoada fita de vídeo. Símbolo do moderno terror japonês, o título invadiu a mídia de seu país na segunda metade dos anos 90. Sua publicação em junho de 1991 deu início a vários comentários. Sua narrativa crua e premissa assustadora logo chamaram a atenção de produtores de filmes.

O primeiro livro da trilogia foi primeiro adaptado para TV com o título Ring: kanzen-ban (Edição completa) em 1995. Dirigido por Chisui Takigawa, o especial de TV com 95 minutos de duração começou a longa trajetória de adaptações. O grande sucesso viria em 1998, com o filme Ringu (ou Ring dito no sistema fonético japonês). O roteirista Hiroshi Takahashi e o diretor Hideo Nakata fizeram uma adaptação livre da história, aproveitando mais a essência do que a caracterização de personagens. Em seu roteiro, a repórter Reiko Asakawa (Nanako Matsushima) pede ajuda ao ex-marido Ryuji Takayama (Hiroyuki Henry Sanada) para investigar as mortes desencadeadas pela fita de vídeo. Aos poucos, eles vão descobrindo misteriosas conexões com a sensitiva Shizuko Yamamura, morta há anos.

Tendo feito sucesso no Japão e Ásia, o filme rodou vários festivais pelo mundo, vencendo alguns prêmios, como o do Festival de Montreal. Com produção modesta, custou 1,2 milhões de dólares (quase nada perto dos mais de 120 milhões arrecadado por sua versão americana). No elenco, o astro de filmes de ação Hiroyuki Henry Sanada, famoso por filmes de heróis nos anos 70 e que chegou a filmar em Hong Kong o longa Missão Vingança ao lado de Michelle Yeoh.

Paralelamente, foi lançado no Japão o filme Rasen (Espiral), continuação oficial de Ring baseado em outra obra de Nakata publicada em 1995. Rasen foi roteirizado e dirigido por Jooji Iida, que se perdeu em explicações científicas que tiraram o apelo sobrenatural que atraiu o público, não conseguindo o sucesso esperado.

Além dos livros e filmes, The ring também marcou presença no mercado de mangás. Sua primeira versão em quadrinhos veio em 1996 na revista Monthly Magazine KC, com adaptação e arte de Koujirou Nagai. Várias outras quadrinizações foram produzidas, seja aproveitando como base um dos livros, seja adaptando os filmes, como a versão do primeiro filme para cinema assinada por Misao Inagaki (veja imagem ao lado).

O livro Loop, lançado em 1998, pegou eventos mostrados em Ring e Rasen, dando-lhes novo direcionamento. O escritor ainda lançaria The birthday em 1999, apresentando três histórias curtas ambientadas em seu universo de personagens. Uma das histórias, Lemonheart, mostra as origens da personagem Sadako e serviu de base para o filme The ring 0, lançado em 2000.

Com o sucesso de Ring e sua seqüência simultânea Rasen sendo mal-recebida, os produtores resolveram lançar Ring 2 em 1999 e ignorar os eventos de Rasen. Novamente com Hideo Nakata na direção, a seqüência também se preocupa em oferecer explicações pseudo-científicas.

Em 1999, também foi realizado o filme The Ring Virus, co-produção coreana. Ainda em 1999, veio a série de TV japonesa Ring: saishuushou (Capítulo final), com 12 episódios. A trama apresentava cruzamentos de situações vistas nos livros e no cinema, com várias alterações. Entre elas, a maldição do vídeo mudou para o prazo de treze dias. No elenco, o astro das adolescentes Tomoya Nagase, da banda de J-pop Tokio, ajudou a atrair as atenções para esta série que não alcançou grande sucesso.

A filmografia japonesa é considerada bastante irregular, mas o primeiro longa para cinema teve grande apelo e boas críticas pelo mundo. Com o lançamento do filme que iniciou o culto à série tendo sido anunciado para lançamento em vídeo nos Estados Unidos em março, há boas chances de que possamos conhecer também a obra. Será uma grande oportunidade de conferir e comparar as duas versões - japonesa e americana - tranqüilamente. Desde que, é claro, o telefone não toque em seguida...

Nota do Crítico
Bom
O Chamado
The Ring
O Chamado
The Ring

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 105 min

Direção: Gore Verbinski

Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, David Dorfman, Brian Cox, Shannon Cochran, Daveigh Chase, Rachael Bella, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn, Sandra Thigpen, Richard Lineback, Sara Rue, Adam Brody, Keith Campbell

Onde assistir:
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