Monique - Sempre Feliz | Crítica
<i>Monique - Sempre feliz</i>
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A França é o pais que mais produz filmes na Europa. Cerca de 45% da arrecadação de suas bilheterias vem de filmes produzidos por lá. Sendo assim, mesmo que todas as produções fossem merecedoras de exportação não seria possível essa enxurrada chegar ao mercado estrangeiro. Nem se Hollywood desse uma brecha!
Nos últimos tempos o cinema françês tem reconquistado espaço e reforçado a idéia de que é mais do que histórias pretensiosas e enfadonhas. Prova disso são as recentes realizações como O fabuloso destino de Amelie Poulain, O pacto dos lobos e Asterix, entre outras. Porém, ainda é preciso cautela na hora de correr ao cinema para ver um filme francês, principalmente em se tratando de comédias, já que o tipo de humor a que estamos condicionados é bem mais físico e escrachado do que eles costumam mostrar.
Monique - Sempre feliz (Monique Toujours Contente, de Valérie Guignabodet) chega ao Brasil um ano após seu lançamento na França, o que não é problema algum. Pelo contrario, ser exibido em telas internacionais é uma vitória para qualquer filme. Mesmo que não seja tão bem recebido e, a nossos olhos, pareça mais dramático do que cômico, é sempre bom poder desfrutar um caprichado prato francês depois de tantos hambúrgueres.
A mulher perfeita?
Clarie (Marianne Denicourt) e Alex (Albert Dupontel) estão em crise conjugal. Após alguma tentativas frustadas de discutir a relação, ela decide sair de casa. Alex havia tornado-se calado, infeliz e questionador de suas amizades, suas relações, sua vida.
Em uma noite de solidão e insatisfação, ele se embriaga e faz uma inusitada compra pela internet. Em poucos dias chega aquele enorme pacote misterioso com uma... boneca erótica, moldada em silicone, última tecnologia.
De todas as formas ele tenta se livrar daquela bizarrice mas aos poucos decobre o prazer e a felicidade ao lado de Monique, sua nova mulher, que passa pelas diversas fases do relacionamento sempre perfeita e disposta. Sem cobrança, choro, ou crise. Um sonho cor-de-rosa que Alex vive no limite do ridículo.
Esse relacionamento desencadeia uma série de sentimentos conturbados na vida de todos ao seu redor. Para as mulheres ela é uma ameaça, uma rival inatacável. Motivo de ciúme, raiva, indignação e inveja. Nos homens desperta desejo, curiosidade e estimula fantasias.
Ao final, fica a mensagem de que o imaginário masculino é mesmo machista. E, para as mulheres, conviver com isso pode ser dramático. Não é Monique que se parece com a mulher ideal, é a mulher ideal que se parece com Monique. Realidade utópica. Um pesadelo para as fêmeas mortais, mesmo que haja os momentos-monique na vida de todas, os rapazes que me desculpem, mulher assim, só mesmo moldada em silicone.



