Mogli - O Menino Lobo 2 | Crítica
O amargo das continuações afeta os adultos, mas passa longe dos pequenos
Rudyard Kipling (1865-1936), um indiano de pais britânicos, criou o personagem Mogli no longínquo ano de 1894, no livro infantil The Jungle Book. Um ano depois, a história do famoso garoto criado em meio a uma selva tropical ganhava sua continuação, The Jungle Book 2. Pouco depois de surgir no cinema a primeira adaptação da história com atores reais, dirigido pelo húngaro Zoltan Korda (1895-1961) em 1942, o escritor Monteiro Lobato (1882-1948) traduziu o livro para o português, O Livro da Jangal. Todavia, a criação ficaria mundialmente conhecida apenas em 1967, claro, pelas mãos dos Estúdios Disney.
A última animação a ser supervisionada pelo próprio Walt Disney (1901-1966), Mogli - O Menino Lobo deixou como legado uma galeria de personagens com traços fortíssimos - o urso Balu, a pantera Baguera, o Rei Lu dos macacos, o tigre Shere Khan e a serpente Casca. Nos anos seguintes, as adaptações se amontoariam, assim como os videogames e especiais de TV sobre o menino lobo.
Mas apenas agora, em 2003, a Disney investe na segunda aventura criada por Kipling. Mogli - O Menino Lobo 2 (The Jungle Book 2), direção de Steve Trenbirth, segue os mesmos caminhos do livro infantil, e narra a passagem de Mogli entre os humanos, depois de deixar a floresta e ser adotado por uma família num vilarejo vizinho. Mas nem mesmo a amizade da pequena Shanti é suficiente para fazê-lo esquecer seus tempos na selva. E é quando Mogli decide visitar Balu que suas aventuras recomeçam...
Como outras continuações de clássicos como O Rei Leão, Peter Pan, A dama e o vagabundo, Os 101 dálmatas e tantos outros, o filme não passa de uma maneira de revitalizar franquias com produções de baixo orçamento e alto retorno financeiro. Claro, nenhum pai vai conseguir resistir à tentação de levar seu filho ao cinema, para conferir uma nova versão das grandes animações da Disney... todavia, a qualidade nitidamente inferior dos novos longas, apesar de passar desapercebida pelo pequenos, deixa um gosto amargo na boca de quem se lembra da magia dos filmes originais.