Migração Alada | Crítica
<i>Migração alada</i>
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Indicado ao Oscar 2003 de melhor documentário, Migração alada (Le Peuple migrateur, 2002), registra os processos migratórios de diversas espécies de aves em sete continentes diferentes.
Rodado durante três anos, o filme, dirigido por Jacques Cluzaud, Michel Debats e Jacques Perrin, tem pouquíssima narração e texto, concentrando-se nas imagens e na música. A estonteante fotografia é belíssima e alguns dos lugares mais remotos do planeta são mostrados com uma riqueza de detalhes que beira o surrealismo.
As seqüências, divididas em capítulos, impressionam tanto que fica até difícil acreditar que os cineastas não usaram qualquer recurso de computação gráfica na produção. As imagens foram capturadas por uma equipe de 450 pessoas, incluindo 17 pilotos e 14 operadores de câmera, em 40 países ao redor do globo terrestre. A parafernália também impressiona. Membros da equipe voaram de ultraleve, balão, monomotor, helicópteros e aviões para registrar as aves no ar. O resultado é magnífico, com close-ups dos pássaros sustentados durante longos períodos de tempo com nitidez cristalina.
A trilha sonora também é impecável. Orquestras e corais acompanham o movimento dos pássaros e garantem um verdadeiro balé em determinados momentos. Surpreendentemente, a música que fecha o longa é cantada por Nick Cave, astro do rock underground. Algo bastante inesperado num documentário desse tipo.
O único problema da produção é conseguir manter o interesse do espectador até o final. Depois de um certo tempo, todos os pássaros começam a ficar parecidos e o filme gera um torpor quase hipnótico. De qualquer forma, um prato cheio para os fãs do Discovery Channel, Animal Planet e afins.

