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Estrela solitária | Crítica

<i>Estrela solitária</i> - Mostra de SP

CZ
01.11.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H19

Estrela solitária
Dont Come Knocking
EUA/Alemanha, 2005
Drama - 122 min

Direção: Wim Wenders
Roteiro: Sam Shepard, Wim Wenders

Elenco: Sam Shepard, Eva Marie Saint, Jessica Lange, Tim Roth, Gabriel Mann e Sarah Polley.

Tenho uma admiração muito especial por Wim Wenders e pela filmografia do diretor alemão, da qual destaco quatro filmes que para mim são obras-primas: Alice nas Cidades (1974), O Estado das coisas (1982), Paris, Texas (1984) e Asas do Desejo (1987). Digo isso para que o internauta melhor entenda a minha satisfação ao sair da projeção de Estrela Solitária (Don´t come knocking, 2005): Wim Wenders parece ter reencontrado o bom cinema, deixando de lado um artificialismo moderninho de outros filmes que não iam a lugar algum.

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Sam Shepard (roteirista de Paris, Texas, mas que só agora tem sua primeira chance de ser dirigido pelo alemão) encarna Howard Spence, um astro de faroestes que abandona o set de uma nova filmagem e vai de encontro às mulheres de sua vida. Começa pela mãe, a quem não vê há 30 anos. Numa conversa com ela, descobre que há décadas engravidou uma moça em Montana. Bêbado a ponto de perder o sabor da própria vida, Howard segue esta pista vaga, retomando o fio da paternidade mal-resolvida.

Em Estrela solitária, Wenders nos prende ao filme do primeiro ao último fotograma e incorpora elementos novos ao seu cinema, faz algo diferente, com um despojamento que em alguns momentos me fez lembrar o início da carreira de Hal Hartley, outro cineasta que vive seus dias de ostracismo. Esse despojamento fica claro na belíssima seqüência do sofá no meio da rua, na forma como Wenders acompanha a menina que anda com as cinzas da mãe para baixo e para cima e em várias outras cenas.

Notável também a forma como usa a trilha sonora que aparece o tempo todo no filme, pontuando a saga de Howard em sua busca de algo que justifique uma existência tão medíocre e errante. Aliás, esse reencontro de Shepard com Wenders, 21 anos depois de Paris, Texas, e o fato do cineasta voltar a filmar o oeste norte-americano são bastante emblemáticos.

Outra citação obrigatória é o trabalho dos atores: Shepard, numa atuação precisa, uma das melhores do ano (juntamente com David Strathairn, de Good night, and good luck); Jessica Lange que faz uma das cenas mais fortes do filme quando vai da indiferença à paixão e no meio da fala consegue, com uma naturalidade incrível, brincar com o trocadilho entre Howard, nome do personagem, e coward, covarde em inglês; e Sarah Polley, a jovem atriz de Go - Vamos Nessa! (1999) e Madrugada dos Mortos (2004), que compõe uma personagem riquíssima na sua silenciosa composição.

É bom ver que o velho Wim Wenders está de volta!

Cesar Zamberlan é editor do cinequanon.art.br

Nota do Crítico

Ótimo
Cesar Zamberlan

Estrela Solitária

Dont Come Knocking

2005
25.08.2005
122 min
Drama
País: EUA/Alemanha
Classificação: 14 anos
Direção: Wim Wenders
Roteiro: Sam Shepard
Elenco: Sam Shepard, Tim Roth, Sarah Polley
Onde assistir:
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