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Crítica

Casa Vazia | Crítica

<i>Casa Vazia</i>

ÉB
25.08.2005, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 22H02

Casa vazia
Bin-jip
Coréia do Sul/Japão, 2004
Drama - 95 min

Direção e roteiro: Kim Ki-Duk

Elenco: Lee Seung-Yeon, Lee Hyun-Kyoon, Kwon Hyuk-Ho, Ju Jin-Mo, Moon Sung-Hyuk, Park Jee-Ah, Jang Jae-Yong, Lee Dah-Hae

O diretor sul-coreano Kim Ki-Duk ganhou grande reconhecimento no ocidente no ano passado, quando seu Primavera, verão, outono, inverno... e primavera fez ótima carreira nos cinemas, inclusive nos brasileiros.

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Mas se o filme anterior do diretor era baseado essencialmente em belíssimas paisagens e metáforas budistas - o que deve ter atraído a grande maioria do público - e fazia certas concessões narrativas para torná-lo mais acessível às pessoas deste lado de Greenwich, Casa Vazia (Bin-jip, 2004), seu novo longa, é muito mais honesto e descompromissado.

O inteligente filme trata de temas também explorados em Primavera..., como aparências, inadaptação e responsabilidade, mas de uma maneira totalmente diferente. Nele, um jovem chamado Tae-Suk (Jae Hee) vive uma existência solitária à margem da sociedade. Habilidoso, invade casas temporariamente vazias para passar a noite, pegando emprestada a vida das famílias que ali vivem. Come, dorme, vê televisão. Como pagamento, faz pequenos serviços domésticos ou arruma aparelhos quebrados.

Numa dessas visitas, encontra uma linda mulher chamada Sun-hwa (Lee Seung-Yeon), vítima de abusos domésticos. Ela também não tem uma vida socialmente convencional, já que é quase prisioneira de sua própria casa. O encontro desperta fortes sentimentos nos dois e Tae-Suk decide resgatá-la, o que o coloca ambos em grande risco, já que o marido traído fica louco por vingança.

Talentoso, Kim Ki-Duk opta por um recurso inusitado para ilustrar a tristeza e o distante comportamente de seus protagonistas. Eles jamais conversam e toda a sua comunicação é corporal. No entanto, as situações são tão bem resolvidas que qualquer diálogo soaria redundante no relacionamento dos dois. Enquanto isso, as pessoas normais falam, ameaçam, questionam, e suas vozes ferem os ouvidos acostumados ao silêncio do casal.

Mas o mundo não vê com bons olhos as pessoas que não se adequam às suas regras e convenções. Assim, não tarda para que os dois sejam separados. É nesse momento que o exausto Tae-Suk opta por tornar-se verdadeiramente invisível e o filme ganha ares de fábula de realismo fantástico. É aí também que se escancaram as intenções do diretor, que critica o mundo e, por que não, o próprio cinema. Fora do alcance das lentes, o jovem protagonista some. É quase um aviso: O cinema não precisa necessariamente registrar uma idéia para que ela seja sentida. Genial.

Nota do Crítico

Ótimo
Érico Borgo

Casa Vazia

Bin-jip

2004
15.10.2004
95 min
Drama
País: Coréia do Sul, Japão
Classificação: 16 anos
Direção: Ki-duk Kim
Roteiro: Ki-duk Kim
Onde assistir:
Oferecido por

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