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Filmes
Crítica

Alphaville | Crítica

<i>Alphaville</i>

MH
29.05.2003, às 00H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 21H01

Alphaville
França, 1965
Ficção científica/cult - 99min.

Direção: Jean-Luc Godard
Roteiro: Jean-Luc Godard
Paul Éluard (livro)

Elenco: Eddie Constantine, Anna Karina, Akim Tamiroff, Howard Vernon, Jean-Louis Comolli

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As transgressões de Jean-Luc Godard (O desprezo) não costumam se limitar a um único gênero. Clássico de 1965, Alphaville envereda pela ficção-científica, satiriza os filmes de espionagem e, logicamente, atende a uma série de metáforas e conotações, sejam elas sociais, políticas ou psicológicas.

A riqueza do filme fica expressa no número de subtítulos e títulos alternativos que ganhou pelo mundo, tal como Alphaville - Uma Estranha Aventura de Lemmy Caution, Alphaville - A Cidade da Dor ou até mesmo Tarzan Vs. IBM. Nos EUA, devido a uma citação no filme do famoso detetive das HQs, foi batizado de Dick Tracy em Marte.

Lemmy Caution (Eddie Constantine), um agente secreto disfarçado de jornalista, chega à cidade futurista de Alphaville com uma missão objetiva: analisar o domínio exercido pelo supercomputador Alpha 60 sobre os cidadãos do lugar. Em Alphaville, palavras como consciência foram retiradas dos dicionários, poetas são renegados, mulheres são classificadas como números e pessoas que se perdem, entre choros ou qualquer demonstração de emoção, são sumariamente executadas.

As opções estéticas de Godard, filmar em preto e branco e alternar desmedidamente as duas tonalidades opostas, como numa referência surrealista ao código binário, aumentam o quebra-cabeças e confundem um espectador já surpreso com tal enredo.

Talvez Alpha 60 não seja tão sedutor quanto outro computador famoso e desvairado, HAL 9000, do clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odissey, 1968), de Stanley Kubrick (1928-1999). Mas o filme de Godard iguala, até mesmo supera, a obra-prima de Kubrick em número de significados, de simbologias e de possíveis interpretações.

Apenas uma ressalva, pouco relacionada com o trabalho em si: numa película extremamente iluminada, e falada em francês, fica dificílimo acompanhar as legendas padronizadas em letras minúsculas, finas - e brancas. Mas nada que tire o prazer de acompanhar um dos melhores filmes do cineasta francês. Ainda mais em tempos de Matrix, vale rever uma das mais interessantes especulações sobre o futuro da humanidade.

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