Agente Triplo | Crítica
<i>Agente Triplo </i>
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Sempre foi difícil qualificar os filmes do diretor Eric Rohmer. Suas comédias não têm graça, as películas eróticas estão longe de ser sensuais e Agente triplo, supostamente um suspense de espionagem, lembra mais um documentário.
Em 1936, Fiodor (Serge Renko), um jovem general do exército czarista, refugia-se na França com sua mulher Arsinoé (Katerina Didaskalou), uma artista grega. Enquanto ela faz amizade com vizinhos comunistas, ele empreende missões secretas sem se preocupar em esconder sua condição de espião. No entanto, não revela para quem trabalha. Seriam os anticomunistas, os comunistas, os nazistas... ou todos?
Baseado em fatos verídicos, o filme que poderia ser um ótimo suspense revela-se tedioso. Mesclando sem cadência cenas dramatizadas e imagens documentais de época, perde-se em meio a acontecimentos do dia-a-dia e enfadonhas discussões ideológicas. Os atores parecem ler e não atuar.
Presentes em verborrágicos diálogos, temas caros a Rohmer como traição, amor e lealdade são alvos de reiterado questionamento enquanto elementos constituintes de um enredo de espionagem cedem lugar a reflexões sobre ética e o fardo emocional das ideologias. A trama resultante, então, converge para um desfecho trágico, mas destituído de emoção.
Como aula de história, Agente triplo vale o ingresso. Como thriller, é, quanto muito, um precário passatempo de noites insones.
