A Guerra dos Mundos transforma clássico em vídeo explicado do YouTube
Ice Cube e Eva Longoria lideram tentativa do Prime Vídeo de modernizar conto de HG Wells
Revelado como uma surpresa no meio da San Diego Comic Con, o novo A Guerra dos Mundos, com Ice Cube e Eva Longoria, mistura tantas tendências em uma só narrativa que por vezes é complicado identificar a essência que fez a história de HG Wells se tornar o berço para o projeto. Para além da invasão alienígena e o design das máquinas, pouco se explora da paranóia que monta a história já contada por cineastas como Steven Spielberg e Byron Haskin no longínquo ano de 1953.
Feito como um “screenlife”, filme que se passam inteiramente na tela de um computador como Buscando e Cuidado com Quem Chama, o longa mostra um funcionário do Departamento de Segurança dos EUA sendo um dos primeiros a descobrir sobre uma repentina invasão alienígena que assola o mundo inteiro. Por meio de vídeos na internet, ele descobre a catástrofe ao mesmo tempo que vigia seus filhos e o genro, numa narrativa que tenta criticar a vigilância e a falta de privacidade.
Ice Cube com seu típico ‘mau humor carismático’ tenta transmitir alguma forma de empatia, mas a atuação está muito mais voltada para uma espécie de react ou explicado no YouTube ou TikTok. Não existe, por exemplo, nenhuma sensação que torna qualquer uma das situações do elenco em algo próximo da realidade - e não por ser uma ficção científica, mas por ter uma atuação, fotografia e toda a história incongruente com a estética quase documental oferecida. Não só não dá para acreditar em nada, como é impressionante a capacidade do roteiro de admitir que, no fim do dia, o sistema de entrega da Amazon é a solução para salvar a humanidade.
Vale mencionar que a ideia em si não é das piores. Contar uma invasão a partir de uma visão mais pessoal foi muito bem executada em outros projetos como Cloverfield, por exemplo, ou mesmo em outros gêneros como REC e a invasão zumbi. A questão é que A Guerra dos Mundos falha em todos os pontos que se propõe, a não ser no frenesi de YouTube que tenta impor, o na verdade que adiciona pouco no fim do dia, e reforça a ideia de que este é mais exemplo de conteúdo, um vídeo de feed de rede social produzido com muito dinheiro - e não necessariamente um filme.
Guerra dos Mundos (2025)
War of the Worlds
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