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Gol! | Crítica

Gol!

17.11.2005, às 00H00.
Atualizada em 04.11.2016, ÀS 01H01

Gol!
Goal!
EUA, 2005
Drama - 120 min

Direção: Danny Cannon
Roteiro:
Dick Clement e Ian La Frenais, baseado em roteiro de Mike Jefferies e Adrian Butchart

Elenco: Kuno Becker, Alessandro Nivola, Marcel Iures, Stephen Dillane, Anna Friel, Kieran OBrien, Sean Pertwee, Cassandra Bell, Greg Ellis, Frances Barber, Miriam Colon, Emma Field-Rayner, Gary Lewis, Alan Shearer, Zinedine Zidane, Raul Gonzalez, Jack Gustav, Brian Johnson, Patrick Kluivert, Henrik Larsson, Kieron Dyer, David Beckham

Filmes como Gol! (Goal!, 2005) são uma espécie de loteria garantida. Na hora que a luz do cinema se apaga, já sabe-se o que esperar, de que jeito tudo vai acabar. Como? Gol! foi projetado em forma de uma trilogia que culmina com a Copa de 2006. Até junho de 2004 o bom cineasta Michael Winterbottom (A festa nunca termina, 9 canções) estava contratado para dirigi-lo, mas foi substituído pelo inexpressivo Danny Cannon (Judge Dredd) devido às famosas diferenças criativas. O filme é patrocinado pela FIFA, pela liga do futebol inglês, pela Adidas...

É evidente o que significa tudo somado: boa vontade chapa-branca demais e cinema de menos.

Isso pode ser muito bom para quem desembolsa caro o ingresso e quer ter certeza de que pagou pelo que queria assistir, sem surpresas. Não é muito gratificante, porém, para quem tem um mínimo de senso crítico, já não agüenta mais propaganda de material esportivo ou ver a cara maquiada de David Beckham como sinônimo de homem e de sucesso.

O rascunho de roteiro conta a vida do mexicano Santiago Muñez (Kuno Becker, de Aos olhos de uma mulher), que vive ilegalmente nos Estados Unidos e sonha em ser jogador de futebol profissional. Seu pai não quer saber dessa história de boleiro e força Santiago a trabalhar em bicos pela vizinhança de Los Angeles. O talento fala mais alto, claro, e o olheiro e ex-jogador inglês Glen Foy (Stephen Dillane, ator habitualmente mediano que aqui domina a cena) percebe, durante um jogo amador em LA, que o mexicano tem jeito para jogar no Newcastle United. O problema é que lá no meio dos profissionais há gente inescrupulosa, drogas, modelos, jogadores mimados, etc.

Temos, portanto, o tipo de premissa maniqueísta que vale tanto para fantasia de princesa da Disney quanto para comédias românticas glicosadas. A família versus o sucesso profissional, os certinhos versus os perdidos, o destino social que está escrito versus a vontade quase utópica de subir na vida... Santiago é puro. O pai é mau. A enfermeira do clube que se torna interesse romântico do protagonista também é pura, e bem bonita. Mas o beque carniceiro é mau, muito mau. O olheiro sensível é bom. O agente mercenário que negocia milhões, nem tanto.

Gol! pára em pé muito fragilmente nesse miolo de dramaturgia, como dá para perceber. É uma das regras fundamentais do cinema: tempos mortos ou fracos, que mostram a introspecção dos personagens e abrem lacunas para o espectador preencher, exigem um roteiro bom e um diretor melhor (isso Gol! não tem); mas quando o ritmo se acelera, a montagem fica mais ágil, a trilha sonora cresce forte, uma trama ruim pode ser mascarada pelo frenesi da imagem. É isso que o filme oferece, enfim, quando a bola começa a rolar de verdade para Santiago. E tome Oasis ao fundo pra levantar a torcida.

Não que as partidas sejam uma maravilha. Dá pra ver, pelo jeito que chuta, que Kuno Becker não é exatamente um Hugo Sánchez. Fica óbvio na hora que ele é substituído por um dublê craque: a câmera simplesmente corta da cintura pra baixo. Falando em câmera, é impressionante como os movimentos do diretor Cannon são previsíveis. Dá pra contar quantas vezes o mesmo plano do sobrevôo do estádio foi reutilizado.

De qualquer maneira, tem-se a galera na arquibancada, o corre-corre, o gol no último minuto... Se não rolasse um mínimo de catarse ali, daí sim seria um problema grave. Afinal, trata-se do maior esporte do planeta, não? Viva o mundo da bola!

Nota do Crítico
Bom
Gol!
Goal
Gol!
Goal

Ano: 2005

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 118 min

Elenco: Kuno Becker

Onde assistir:
Oferecido por

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