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Filmes
Crítica

Filha da Água é mergulho profundo nas cicatrizes da memória

Curta-metragem brinca com sentimentos dúbios de ver a vida passar diante dos próprios olhos

Omelete
2 min de leitura
Pedrinho
14.10.2025, às 19H37.
Filha da Água é mergulho profundo nas cicatrizes da memória

Créditos da imagem: Divulgação

O ato de lembrar pode muitas vezes ser uma dádiva para os seres humanos. Animais racionais que somos, nos baseamos nas memórias para estabelecer opiniões, sentimentos e até buscar um propósito. Essa instabilidade no recordar de si é o fio condutor de Filha da Água, o curta-metragem animado de 15 minutos onde a diretora e roteirista Sandra Desmazieres reflete sobre o peso do passado e as cicatrizes invisíveis que marcam a alma.

Na história, conhecemos a versão idosa de Mia, uma marisqueira que desde a infância mergulha em apneia, pescando e deslizando entre algas e rochas. Toda a trama se passa em sua mente, como uma verdadeira viagem no tempo da própria vida da personagem. A cada lembrança, o filme destaca as marcas que o tempo deixou na paisagem ao redor da praia, no corpo e na própria mente de Mia.

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As primeiras memórias de Mia remontam à sua juventude, quando ela ainda caçava mariscos com a mãe. Elas voltam para casa e o visual muda levemente, indicando uma passagem temporal de alguns anos. A porta se abre e encontramos uma Mia adulta e sua mãe já idosa. Nossa protagonista então parte para uma festa onde encontra o homem que se tornaria seu marido pelo resto da vida. Mais uma vez o tempo passa, sutilmente, e percebemos que a mãe dela já não está mais lá. Ela se casa e permanece com o amado na casa onde cresceu — e mais uma vez a paisagem muda. Nesse ponto, a animação atinge seu momento mais robusto ao usar transições delicadas para comunicar ao espectador eventos que levariam diálogos inteiros para serem digeridos — tempo esse que um curta-metragem não dispõe.

Desmazieres usa recursos lúdicos para traduzir essas ideias, como um cardume que se dispersa, tal qual os sonhos da protagonista. Porém, mesmo a animação mais sensível não consegue desviar por completo de temas de impacto, e a perda de um bebê é retratada sem muito eufemismo, bem como toda a dor que preenche o coração de Mia durante o luto. Ainda assim, a vida segue e como as ondas do mar, um evento após o outro se desfaz nas areias da praia.

Todos esses sentimentos, bons e ruins, mostram uma jornada de superação e autorreflexão da personagem, fazendo A Filha da Água fluir por um mar de significados sobre o porquê somos como somos. Ao explorar as cicatrizes invisíveis de alma, o curta-metragem se desafia a narrar uma trama curta, com humor instável e acerta ao apostar no tom observador, deixando para sua protagonista lidar com as próprias emoções.

Nota do Crítico

Filha da Água

Fille de l'eau

2025
15 min
País: França
Direção: Sandra Desmazieres
Roteiro: Sandra Desmazieres
Onde assistir:
Oferecido por

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