Será Que? | Crítica
Daniel Radcliffe em comédia romântica sobre relações modernas
Não é porque esteja experimentando em filmes como O Pacto e Kill Your Darlings que Daniel Radcliffe não aproveite a inércia de sua carreira como o Harry Potter para testar a mão em papeis mais convencionais. No canadense independente What If (2013) ele interpreta um jovem inglês de coração partido em uma típica, mas extremamente charmosa, comédia romântica.
The F Word
The F Word
No filme, seu personagem, Wallace, ainda se recupera de uma desilusão amorosa um ano depois dela ter ocorrido. Na noite em que finalmente decide sair de casa e aceitar um convite para uma festa, Wallace conhece a garota perfeita, Chantry (Zoe Kazan, de Ruby Sparks), e a conexão é imediata, daquelas que acontecem poucas vezes na vida. O problema é que ela tem um namorado há anos - e uma relação perfeita.
Reconhecendo a proximidade, garoto e garota fazem um contrato de amizade (a palavra "F" do título original, The F Word, é de "friends") e seguem se encontrando. Não sem receio da parte dela, já que a convenção social é que os sexos opostos não podem ser amigos. "Algo que não suporto, já que me dá a impressão que a única coisa que me torna interessante é como me imaginam pelada", diz a moça.
Esse é apenas um entre inúmeros de diálogos inteligentes e velocíssimos - do tipo que pessoas de verdade não conseguem ter, mas que são um deleite de ver na tela. E o rei do momento desse tipo de comédia é Adam Driver, ator egresso da comédia televisiva Girls. Ele rouba suas cenas como o melhor amigo de Wallace - sempre com as melhores piadas.
Dirigido por Michael Dowse, que floreia a ação com gráficos saídos da animação de sua protagonista - que ganha a vida como animadora -,What Ifé sobre relações modernas. Sobre uma geração que cresceu criada por pais separados, uma que se vê dividida entre deixar-se levar pelo coração ou tentar não repetir os erros de seus pais e mães. A comédia não passa pré-julgamentos e não emprega soluções fáceis e comuns desse tipo de filme, como o clássico ponto de virada em que o namorado/namorada da mocinha prova ser um cafajeste para tornar a decisão dela mais fácil para o público. Todos os personagens têm seus anseios, problemas e inquietações - e todos são prazerosamente reconhecíveis, ainda que as discussões sobre eles sejam espertinhas demais para soarem verdadeiras.
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