EPiC | Baz Luhrmann e Elvis incendeiam em documentário-concerto espetacular
Diretor busca em material inédito um diálogo entre o próprio Elvis e seu talento no palco
Poucos artistas poderiam casar tão bem com a estética de Baz Luhrmann como Elvis Presley. As cores, lantejoulas, a atitude, o drama… há muito de Elvis em Baz. Em 2022, a cinebiografia do cantor, dirigida por ele, foi sucesso nas bilheterias e catapultou Austin Butler como um dos nomes mais fortes da atual geração de Hollywood. Foi durante as pesquisas do filme que o diretor e sua equipe encontraram gravações do próprio Elvis Presley “contando sua própria história”, como Luhrmann afirmou no Festival de Toronto ao lançar EPiC: Elvis Presley in Concert, um documentário-concerto, que o diretor disse que não é nem um documentário e nem um filme-concerto. Óbvio.
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Nas mãos de Baz Luhrmann e do trabalho impressionante do montador Jonathan Redmond, EPiC se torna muito mais um perfil sobre a atitude de Elvis nos palcos e sua energia em mover multidões e paixões, do que um projeto para contar a história do cantor. Luhrmann não está preocupado em responder se Elvis era o Rei do Rock ou não, se merecia o título ou não, as polêmicas que envolvem o nome dele e de outros cantores ou seu relacionamento com a esposa. O que interessa é o volume dos gritos da plateia, os improvisos no palco e a idolatria formada em torno do cantor. Como grande admirador, Baz não deixa de voltar a tocar em alguns assuntos do filme, como o comportamento do Coronel Tom Parker e a vontade de Elvis em viajar com uma turnê mundial. Mas as ideias são apenas pinceladas entre uma apresentação e outra.
E foi com essas apresentações que o diretor quase ateou fogo no Princess of Wales, principal sala de gala do TIFF. As imagens cristalinas da apresentação de Elvis em Las Vegas - a mesma que vemos no filme e torna a atuação de Austin Butler ainda mais impressionante - chocam pela qualidade. É como se tivessem sido filmadas na semana passada. O mesmo vale para o som irretocável e com uma clareza assombrosa. Um trabalho de anos para mixagem e edição - que contou com a ajuda de Peter Jackson, com o mesmo processo que ele vem fazendo com os Beatles -, para que seja possível ouvir com precisão os instrumentos e os cacoetes de Elvis ao cantar e interagir com o público e a banda.
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Ao contrário do filme de 2022, Luhrmann não se alonga e em pouco mais de 90 minutos faz com que Elvis conte e cante sua história. EPiC se torna uma experiência única e que merece ser vivida com a melhor imagem e som possível. Luhrmann disse que se as pessoas da plateia não levantassem durante a exibição, ele não precisaria nem voltar ao final. Ele não só voltou, como também dançou nos créditos junto com quem estava lá e se emocionou com o depoimento de uma fã que, na infância, teve a oportunidade de passar por exatamente aquilo que o diretor mostrou na tela.
EPiC: Elvis Presley in Concert é mais que apenas um documentário-concerto, de fato. É uma grande conexão perfeita entre artistas - Elvis, Baz e equipe -, a arte e o público.
EPiC: Elvis Presley in Concert
EPiC: Elvis Presley in Concert
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