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Crítica

Crítica: Playground

Documentário disseca a indústria da pornografia infantil

02.11.2009, às 21H00.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 02H00

Para a grande maioria das pessoas, a pedofilia é apenas uma palavra que causa ojeriza, um conceito condenável e restrito a eventuais matérias no telejornal. Para outros é uma indústria lucrativa, inesgotável e em franca expansão. Para os poucos restantes, o combate a esse crime é uma missão de vida.

A diretora Libby Spears pertence ao último grupo. Criadora da fundação Nest (www.nestfoundation.org), dedicada à conscientização nos EUA e no mundo do problema, ela dirigiu o documentário Playground, um dos mais abrangentes e importantes sobre o tráfico de crianças e adolescentes pela indústria do sexo.

Playground

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Coproduzido por George Clooney e Steven Soderbergh, o filme traz dados inquietantes e depoimentos não apenas de especialistas e autoridades, mas também de criminosos e vítimas. O foco é nos Estados Unidos, país responsável por 80% do turismo sexual da América Latina e 25% do mundo. Mais especificamente, a cidade de Atlanta, que tem o maior aeroporto da América e serve de HUB sexual.

Casos assombrosos são apresentados. Os choques são inevitáveis e o filme não os minimiza - mas o faz sem sensacionalismo. Michelle, menina que desde os cinco anos de idade era explorada e via a mãe se drogando, é o principal deles. A produção a procurou e a acompanhou durante 5 anos, registrando lembranças de mães adotivas e depoimentos da própria garota, agora ela própria uma mãe.

Como Michelle há centenas de milhares de casos no mundo inteiro e Playground não se esquiva da autoimposta responsabilidade social de buscar algum caminho para resolvê-los. Spears questiona leis absurdas existentes nos EUA, o tratamento que o governo dá a um problema tão sério, como a mídia e a imprensa encaram a sexualidade e "a crença exagerada na sociedade que construímos" das pessoas. O problema beira o incorrigível, mas a diretora e seus colaboradores seguem tentando, informando e tratando (a Nest possui centros de apoio a crianças nos EUA).

Playground nesse sentido já seria irretocável - e consegue ainda ser um belo filme, conciso, bem produzido, eloquente e criativo: ao som da trilha sonora que tem os engajados Björk, Coldplay, Radiohead, Sigur Rós, Cat Power, Coco Rosie e outros, o japonês Yoshitomo Nara cria ilustrações cheia de metáforas para sensibilizar ainda mais o público.

Acesse www.nestfoundation.org, assista ao trailer e espalhe o link. Um trabalho como Playground precisa de toda a ajuda possível.

Leia mais críticas da Mostra 2009

Nota do Crítico
Ótimo
Playground
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Ano: 2009

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 85 min

Onde assistir:
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