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Crítica

Collective Invention | Crítica

Homem-Peixe mutante critica a geração leite com pêra em filme sul-coreano

ÉB
11.09.2015, às 01H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

O versátil cinema sul-coreano, que tem atraído o olhar das plateias e dos festivais internacionais há mais de uma década com produções tão diversas como inusitadas, acaba de ganhar um novo e promissor cineasta. Com Collective Invention, o estreante Kwon Oh-kwang cria uma das mais estranhas obras saídas da Ásia oriental.

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A premissa já seria suficientemente curiosa para valer a visita: um aspirante a jornalista Sang-won (Lee Chun-hee) parte para investigar uma lenda urbana: os boatos online sobre um rapaz que se tornou um peixe depois de participar de testes médicos de uma megacorporação. Ao chegar até a fonte dessas informações, Ju-jin (Park Bo-young), ele descobre Gu (Lee Kwang-soo), o Homem-Peixe, que rapidamente se transforma em uma sensação midiática.

O visual mutante chega a ser ridículo de tão ruim - mas Collective Invention não está no negócio do realismo. E tosqueira à parte, o cabeção do peixe é efetivamente engraçado em todas as cenas em que aparece. É simplesmente surrealista demais acompanhar a criatura enfrentando sua provação enquanto age com patética naturalidade. Surrealismo, aliás, é a inspiração declarada do diretor, já que o próprio protagonista do filme é emprestado do quadro "The collective invention", de René Magritte (1934), que promove uma inversão da figura da sereia.

Com esse estranho filme, Kwon Oh-kwang consegue discutir os problemas da jovem geração sul-coreana. Fala de desilusão, derrocada dos costumes, crise de identidade, comportamento tóxico online e relacionamentos. Em apenas 90 minutos consegue também criticar a mídia, o governo, a cultura pop e os comportamentos de massa! O cineasta simplesmente não para de disparar suas críticas ao mundo que o cerca - e boa parte delas encontra sem esforço uma contraparte ocidental. A geração leite com pêra, afinal, segue viva e bem ao redor do globo.

Nota do Crítico

Bom
Érico Borgo

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