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Crítica

Bridget Jones: Louca pelo Garoto é sobre perda e recomeço

A quarta parte da saga estrelada por Renée Zellweger traz surpresas, mas sem perder elementos que a tornaram popular

Omelete
3 min de leitura
13.02.2025, às 21H12.

Um novo capítulo de Bridget Jones finalmente chegou aos cinemas do mundo todo. A quarta parte, surpreendentemente, retornou com um capítulo um pouco mais cinza, mas revigorante em termos de temas e missões. Longe das aventuras malucas da primeira trilogia, envelhecer com essa personagem é bastante reconfortante.

Vinte e quatro anos e duas continuações depois, Bridget Jones: Louca pelo Garoto encontra a protagonista vivendo nos arredores de Hampstead Heath, no norte de Londres, com seus dois filhos. Seu marido, Mark Darcy (Colin Firth), não está mais entre nós. O honrado advogado de direitos humanos foi assassinado no Sudão há quatro anos. Bridget vem de uma longa vida de solteira, dedicada apenas aos filhos e sem desculpas para viver sua vida fora de suas responsabilidades maternas. Mas sua situação chegou a um limite: sua velha amiga, Shazzer (Sally Phillips), a aconselhou que, primeiro, ela deveria voltar a trabalhar como produtora de televisão e depois viver sua sexualidade. Reinicia-se então a missão central do personagem.

É aí que entram seus dois novos interesses amorosos: Roxster (Leo Woodall, de The White Lotus) e o severo e rigoroso professor de ciências de seus filhos, Sr. Wallaker (Chiwetel Ejiofor), que começa a mostrar seu lado mais suave quando se trata de Bridget e das crianças. Mas é claro que primeiro a paixão tinha que ser reacendida, para Bridget voltar ao jogo.

Com menos humor louco e travessuras típicas da trilogia inicial, Bridget segue com sua vida e tenta se reconectar com sua intimidade. O jovem Roxster será responsável por essa parte. E aí começa a ser contada uma nova história de amor, à la Bridget Jones, com alguns temas interessantes acrescentados: a diferença de idade, abordada com mais naturalidade do que o esperado e também o luto.

São vários os acertos na história dirigida por Michael Morris: o diretor não busca mudar o histórico que a franquia já estabeleceu, muito menos o de Renée Zellweger. O que ele faz é adicionar elementos às loucas aventuras amorosas desta agora produtora de televisão. Primeiro, o desafio de ser mãe de filhos mais velhos, com sentimentos, buscas e muitas, muitas perguntas. Mas a isso se soma a ausência daquele pai e marido, o luto, os espaços vazios e a representação de ambos os papéis - há uma cena terna na hora de dormir das crianças que, embora clichê, é linda.

A essa dinâmica se soma algo que temos visto repetidamente em comédias ou dramas mais leves: uma pessoa que tem que entender os códigos as redes sociais e da vida tecnológica, com aplicativos de namoro, comunicação por chat e outras ferramentas do gênero. Com esses novos temas, Bridget Jones parece um filme que não quer repetir a fórmula de suas primeiras produções e enfatizar a perda, mas sim aceitar o presente e seguir em frente em todos os aspectos, sem perder a graça. O que antes era apenas uma trilogia sobre uma mulher entendendo sua sexualidade, romance, casamento e maternidade, agora é tudo isso e uma perspectiva interessante sobre a passagem do tempo, as ausências, mas sem ficar estagnada.

Reneé Zellweger, Leo Woodall (suas cenas imperdíveis) e o sempre correto e produtivo Chiwetel Ejiofor merecem os elogios. Com muita habilidade eles construíram um trio sólido para uma nova fase de Bridget Jones. No entanto, o filme precisa do charmoso e sempre atraente Daniel Cleaver (Hugh Grant), que retorna à história depois de quase 20 anos afastado. O agora "tio" Daniel, que cuida dos filhos de Bridget, tira o peso dramático, por vezes excessivo, de Jones para contar suas aventuras e como um homem sobrevive como um playboy que também sofre com a passagem do tempo.

Bridget Jones: Louca por Ele é uma história doce e surpreendente que, agora, pode funcionar como um final. Principalmente por causa dos créditos no encerramento. Esse retorno, ainda que breve, poderia ser um final mais terreno, mas não menos reconfortante.

Nota do Crítico
Ótimo

Bridget Joes: Louca Pelo Garoto

Bridget Jones: Crazy About Him

Ano: 2025

Onde assistir:
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