Icone Chippu

Alguém disse desconto? Com o Chippu você tem ofertas imperdíveis de streamings e Gift cards! Corre!

Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Icone Conheça Chippu Ver ofertas
Icone Fechar
Filmes
Crítica

Aladdin

Nova versão tem ótimos aspectos, mas os melhores já estavam presentes na animação de 92

JS
22.05.2019, às 14H24.
Aladdin

Créditos da imagem: Disney/Divulgação

O remake em live-action de Aladdin abre com duas crianças em um modesto barco em alto mar. Subitamente, elas se surpreendem com um navegação enorme logo ao lado da sua, como se o vizinho tivesse magicamente aparecido, e não tivesse se aproximado aos poucos. A cena beira o ridículo e vai abrir um sorriso em quem desacredita na nova versão do filme da Disney, mas alguns segundos depois, quando Will Smith começa a cantar "Arabian Nights", a felicidade de haters vai embora. A cativante melodia – que ganhou merecidos minutos adicionais no live-action – é o suficiente para acalentar os desconfiados e trazer de volta aquela nostalgia. Todo o criticado material de divulgação e a incredulidade na qualidade da versão de Guy Ritchie fica, então, em segundo plano.

O novo Aladdin segue a tradição da nova onda de remakes da Disney, isto é, ele traz a história quase idêntica ao longa original, atualizando as tramas que hoje em dia não funcionam. No conto do ladrão de ruas que se passa por príncipe com a ajuda do gênio da lâmpada, este aspecto, como na maioria dos filmes do estúdio, está na trama da figura feminina. Assim como a Bela Adormecida, a Cinderela e a Bela de A Bela e a Fera, Jasmine era uma princesa que encontra salvação na figura masculina, e a versão de Guy Ritchie atualiza muito bem isso. Agora, a princesa vivida por Naomi Scott tem como obstáculo as regras patriarcais que a impedem de virar sultana, por mais que seja a substituta mais apropriada para o trono. Fora isso, o arco de cada personagem e até certos diálogos de Aladdin permanecem absolutamente iguais ao desenho. Isto é em parte bom, já que ele traz de volta canções queridas, ótimos personagens e uma bela mensagem, mas o desafio de superar uma qualidade apenas nostálgica definitivamente assombrou a nova versão.

Omelete Recomenda

O marketing de Aladdin não fez favores à nova produção, e isso fica claro logo de cara, quando o público é apresentado ao personagem principal. Mena Massoud rebate a expectativa negativa de sua performance em seus primeiros cinco minutos em tela. O ator conseguiu capturar todo o charme do protagonista e adicionou um toque desajeitado à esperteza do personagem, convencendo no papel do começo ao fim. Ainda, a voz de Massoud é quase idêntica ao intérprete das músicas do original, Brad Kane, o que torna cada número musical ainda mais nostálgico.

Já Naomi Scott fez da Jasmine sua própria criação. Como a personagem é a mais diferente da versão de 92, Scott teve a oportunidade de desenvolver ainda mais uma princesa firme e ambiciosa, e seu número musical, a única nova faixa da trilha sonora, é emocionante. Pode ser que “Speechless” (composta por Benj Pasek e Justin Paul, de La La Land e O Rei do Show) tenha ficado excessivamente pop para o contexto, mas a interpretação de Scott dá um toque comovente que deve agradar ao público mais novo. O elenco principal ainda é apoiado por Nasim Pedrad, que adiciona um humor carismático, e Billy Magnussen, que brilha em seus poucos minutos em tela, ambos em personagens novos.

Apesar da grande responsabilidade do casal protagonista em encarnar personagens tão queridos,estava sob Wil Smith o maior peso nas costas da nova produção. Viver o Gênio, personagem emblemático de Robin Williams no longa original, era um trabalho quase impossível, e a escolha do ator para o papel não poderia ter sido melhor. Smith criou a sua própria versão do Gênio, temperada por piadas retiradas do original e complementada por um comportamento bizarro e diferente, mas inspirado, no de 92. O ritmo do personagem, e das músicas, encaixou bem com o estilo de Guy Ritchie, que levou a grosseria característica de seu estilo de direção para um patamar infantil, e criou um clima animado cativante.

Todos estes acertos de Aladdin não amenizam seus defeitos, e no aspecto do Gênio, o marketing não enganou: o CGI é desagradável de assistir e, em alguns momentos, dão até uma certa aflição. A rapidez e a movimentação frenética é prejudicada por uma fisionomia esquisita e, quando o personagem assume a forma humana, o filme fica muito mais fácil de assistir. Vale notar que o problema do CGI não é único do gênio, apesar de ser gritante neste, mas está presente em grande parte do visual do filme. Quando os efeitos visuais amenizam, a estética colorida do filme é admirável.

Além do incômodo CGI, Aladdin é prejudicado também pelo seu vilão. O envolvente personagem de Jafar do desenho, vilão caricato, e seu mascote, Iago, não chegam aos pés do original. Marwan Kenzari não consegue tornar o personagem maléfico cativante e a transformação de Iago em um papagaio quase comum faz com o que o filme sofra de um antagonismo vazio. No desenho, Iago trazia humor ácido, algo que a nova versão sente falta. Sem um bom vilão e seu comparsa, Aladdin chama mais atenção por aspectos específicos - seu elenco, músicas e nostalgias - do que no produto total.

O desafio de recontar uma história é algo que a Disney está mais que acostumada, especialmente hoje em dia, no auge da era de remakes. Infelizmente, as novas versões live-action, por mais bem-sucedidas que sejam, ainda não escapam da sombra de seus originais, tornando óbvia a ambição puramente financeira do estúdio. Em Aladdin, o caso do Gênio é um bom exemplo do maior problema da produção: Will Smith fez o seu melhor e entregou uma performance admirável, que mesmo assim não chega aos pés de Robin Williams. Por isso, ainda que a sensação ao sair do cinema é de que Aladdin é melhor do que o esperado, os melhores elementos do live-action são apenas desenvolvimentos de um trabalho original superior.

Nota do Crítico

Bom
Julia Sabbaga

Aladdin

Aladdin

2019
Aventura
País: EUA
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott
Onde assistir:
Oferecido por

Comentários (0)

Os comentários são moderados e caso viole nossos Termos e Condições de uso, o comentário será excluído. A persistência na violação acarretará em um banimento da sua conta.

Sucesso

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.