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Filmes
Crítica

A Terra Encantada de Gaya | Crítica

A Terra Encantada de Gaya

MH
09.02.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H19

A Terra Encantada de Gaya
Back to Gaya, 2004
Alemanha, Espanha, Inglaterra Animação / Aventura - 91 min

Direção e roteiro: Lenard Fritz Krawinkel e Holger Tappe

Vozes no original: Patrick Stewart, Emily Watson, Glenn Wrage, Alan Mariot, Bob Saker, Lorelei King, Kate Robbins, John Guerrasio, Reed Pepper, John Schwab, Stephan Lander

Dublagem é uma carreira ingrata. Muito espectador torce o nariz, diz que prefere legenda, áudio original. E dublador deve ficar irado quando contratam um ator global ou uma celebridade da TV para substituí-lo na tarefa que ele custou a aperfeiçoar.

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Não é um trabalho fácil. Tem horas em que percebemos como é importante estudar interpretação, impostação de voz, educá-la a minimizar sotaques acentuados, etc. Vendo uma animação como A terra encantada de Gaya (Back to Gaya, 2004), por exemplo, é fácil perceber como uma dublagem sem preparo e direção resulta em desastre.

Sabrina Sato, ex- Big Brother, atual Pânico na TV, empresta sua voz de paulista de Penápolis à personagem Alanta, herdeira do trono de Gaya. Em certo momento na história fulano diz que eles precisam correr, recuperar um artefato, impedir o vilão. E ela responde: "Ééé verrrrrrrrrrrrdade!". A sala vem abaixo com as gargalhadas - e era uma cabine de imprensa, uma dúzia de críticos (paulistas).

Tudo bem que a caracterização visual da personagem, uma princesa que mais parece a Lara Croft do Funk Carioca, não ajuda muito. Mas no original a voz é da inglesinha meiga, ótima atriz, Emily Watson (A noiva cadáver)! E sotaque britânico rima com pompa, realeza... Tem tudo a ver com a natureza do filme. Não precisa manter o áudio em inglês, claro, afinal produção infantil tem que ser dublada mesmo - mas bem dublada. Não dá pra esculhambar. "R" retroflexo é demais.

Isso não chega a vitimar o filme. Mais integrantes do humorístico comparecem, e surpreendentemente Wellington Muniz, o Ceará, ao lado de Carlos Alberto, o Mendigo, se saem muito bem. O primeiro consegue passar emoção ao personagem Boo, usar de fato o microfone como se estivesse atuando. E Mendigo sabe transferir sua persona roufenha ao brutamontes Bramph, encaixando-os. Passado o ataque de riso do primeiro "Ééée verrrrrrrrrrrrdade!", portanto, é possível prestar atenção no que acontece na tela, enfim.

Fórmulas Disney, todas juntas

Co-produção inglesa, espanhola e alemã, Gaya tem equipe essencialmente germânica. O diretor Lenard Fritz Krawinkel vem de seis curtas e longas em live-action (com atores reais). Holger Tappe, que co-dirige o filme, é estreante. Cabe a Don McEnery e Bob Shaw - colaboradores dentre a infindável seleção de roteiristas da Disney/Pixar que criou Hercules (1997) e Vida de inseto (1998) - assinar o script e levar a fama de "criadores" pelo know-how adquirido na meca das animações.

Não que o filme esteja próximo do selo Pixar de qualidade, pelo contrário. Está mais perto das fórmulas Disney, todas elas reunidas. O amor proibido segundo a hierarquia do reino, a criatura que ensina lições ao mestre, a superação do personagem franzino e medroso, o galã e a heroína que não se bicam mas cooperam, o cientista louco e a terra de gigantes tentam se equilibrar na história.

Gaya é um reino fictício criado pelo simpático Sr. Albert Drollinger para uma série de TV. As crianças adoram as aventuras do galã Zino e seu escudeiro, Boo, contra os trapaceiros Snurks. Vibram com Alanta, que luta para sair da sombra do rei e mostrar seu valor. Um dia, porém, nenhum deles consegue impedir que a dalamite, pedra fundamental da energia dos gayans, seja roubada misteriosamente. Ela vem parar na Terra, juntamente com os personagens diminutos.

Mas Gaya não é uma obra de ficção dentro da ficção? Sim, e aí está o trunfo do desenho. Os gayans vieram parar num mundo que só os conhecia pela televisão. Até o próprio Albert Drollinger se surpreende quando assiste à sua obra saltitando, de verdade, na sua frente. A confusão de universos paralelos foi provocada pelo cientista Professor N. Icely, que tem objetivos bem nefastos. Para piorar, se Zino, Alanta e os outros não retornarem com a dalamite, Gaya estará condenada.

A metalinguagem rende bons momentos. Resta ao espectador decidir se isso serve de alívio, diante da dureza que é atravessar a animação de polígonos primários, a clicheria e a dublagem.

Nota do Crítico

Regular
Marcelo Hessel

A Terra Encantada de Gaya

Back to Gaya

2004
10.02.2006
91 min
Animação
País: Alemanha, Espanha, Reino Unido
Classificação: LIVRE
Onde assistir:
Oferecido por

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