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Crítica

A Tale of Love and Darkness | Crítica

Natalie Portman demonstra sensível maturidade em sua estreia como diretora

11.09.2015, às 00H07.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Com uma celebrada carreira como atriz, Natalie Portman arrisca-se pela primeira vez não apenas como diretora, mas também como roteirista do longa A Tale of Love and Darkness.

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Também atuando no papel principal, Portman mostra mão segura na condução do filme, uma adaptação da premiada biografia do escritor Amos Oz. A idade e a maternidade recente fizeram bem à atriz, que revela uma visão de mundo bastante amadurecida, além de enorme entendimento do material-base - não apenas o livro de Oz, mas a terra-natal da artista, Israel, e sua herança cultural.

Falado em ídiche e rodado em Jerusalém com apoio de uma dezena de instituições culturais judaicas, o drama trata da formação do estado de Israel através dos olhos do pequeno Amos (Amir Tessler).

O garoto é filho de refugiados do Leste Europeu que foram para a Palestina (que em 1945 vivia sob o controle britânico), em busca de segurança durante a Segunda Guerra Mundial. É uma criança inteligente, instigada intelectualmente por seu pai, Arieh (Gilad Kahana), mas é a relação dele com a mãe, Fania (Portman), que efetivamente conduz a narrativa. É dela que o menino ouve histórias de solidão e perda, repletas de significado, enquanto a vê definhar, perdendo-se em uma desilusão com a vida e a humanidade no Pós-Guerra.

O momento histórico é comentado pelo pai, professoral e literato, mas é sentido pela mãe em cenas sensíveis e trágicas, bem como em sequências que ilustram as tensões entre palestinos e judeus sem cair no simplismo. Os palestinos, aliás, jamais são retratados como os vilões do filme, mas como vítimas da opressão colonialista europeia. "Somos dois filhos do mesmo pai", explica o autor em tom de lamento.

Natalie Portman escolheu bem sua estreia na direção. Suas ideias são transmitidas com precisão e beleza, apoiada pela excepcional fotografia de Slawomir Idziak e a montagem poética de Andrew Mondshein. O tema pesado e complexo torna-se, nas mãos dela, uma história familiar, mas não menos impactante, relevante e, 60 anos depois da formação de Israel, ainda lamentavelmente contemporânea.

Nota do Crítico
Bom

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