A Caverna | Crítica
A caverna
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Vejamos, a Terra já foi invadida por todos os tipos de monstros vindos do espaço, já sofreu com dinossauros clonados a partir de restos congelados e seres das profundesas do inferno. Até monstros de marshmallow já tiveram a sua chance. Vai ver foi por isso que os produtores de A caverna (The Cave, 2005) resolveram trazer mais uma criatura estranha para a história do cinema. E logo aqui já começam seus problemas. A tal "nova" criatura, que viveu durante séculos no escuro das cavernas e adquiriu um poder de enxergar no escuro e se alimentar via quimiosíntese, é cara do Alien. Mesmo no escuro dá para dizer sem medo de errar que elas são, no mínimo, "primas".
Mas os problemas não param por aí. Todas as fórmulas e clichês conhecidos dos filmes de terror estão ali, escancarados e prontos para não te surpreender. Se resta alguma diversão é a de imaginar quem será a próxima vítima do tal monstrengo. Não que alguém realmente dê a mínima, afinal todos os personagens são tão desinteressantes que a ordem é o que menos importa. Em um cenário ideal, todos eles morreriam, o que dificultaria uma continuação. Pena que o fim deixa o gancho para uma possível seqüência. Que Odin nos poupe dessa!
A trama é mera desculpa para colocar um bando de jovens sarados correndo por túneis e nadando por água inexploradas, a história é mais ou menos assim: em algum lugar na Romênia foi descoberta uma caverna sob um antigo mosteiro do século 18. Para descobrir seus segredos e um possível novo ecossistema, é chamado o melhor grupo de espeleologia do mundo. A aventura deles começa quando um dos túneis desaba. Como ninguém esperava vê-los de volta nos próximos 12 dias - e só eles mesmos poderiam salvá-los -, só resta aos intrépidos exploradores entrar cada vez mais na caverna e procurar por uma outra saída. O grande detalhe é que nestas profundezas se esconde uma nova raça que conseguiu evoluir naquele habitat e agora está, digamos, faminta pela "carne fresca" que acaba de surgir nas suas redondezas.
Some a isso alguns sustos, a "sorte" de que o equipamento que eles têm às mãos é exatamente o que eles precisam para deter o monstro, dramas rasos de superação e companheirismo, e você tem A Caverna. Azar de Bruce Hunt, conhecido diretor de comerciais da Austrália e que já havia comandado segundas unidades em Matrix, e que faz aqui a sua estréia em longas-metragens. Ele e o seu diretor de fotografia bem que tentam, fazem de tudo para dar ao clima sombrio das cavernas um ar de claustrofobia, mas o roteiro realmente não ajuda. Há muitos espaços para o público respirar e em um caso como este, parar para pensar, é tudo que o espectador não pode fazer.
O filme estava programado para ser lançado no fim do ano passado, lá pra outubro, e foi adiado. Pensei que escaparíamos dessa. Eu de ter que escrever sobre algo tão ruim e você da chance de gastar seu suado dinheiro num filme que mal vale o meio preço de uma locação em DVD. Se você realmente acha que - mesmo depois de ler tudo isso - precisa ver este filme, pare! Respire bem. E vá jogar videogame até que a vontade passe.
A Caverna
The Cave



