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Começa o julgamento do detetive particular mais famoso de Hollywood

Anthony Pellicano tem 111 acusações federais de espionagem, escuta, propina...

10.03.2008, às 00H00.
Atualizada em 14.01.2017, ÀS 18H02

Começou na última quinta-feira nos EUA o julgamento de Anthony Pellicano, conhecido como o detetive particular favorito das estrelas de Hollywood. Pellicano é acusado de executar escutas telefônicas em adversários de seus clientes e pagar propinas a policiais e funcionários da companhia telefônica. O detetive particular já cumpriu pena por posse de armas e explosivos, mas, junto com outros quatro acusados, declarou-se inocente das 111 acusações federais listadas no atual processo.

O processo promete chamar a atenção da mídia graças à lista de 120 testemunhas repleta de nomes famosos reunida pela promotoria. Entre as vítimas de Pellicano estão Sylvester Stallone, Keith Carradine, Farrah Fawcett, o agente Michael Ovitz, o executivo da Paramount Pictures Brad Grey e o produtor Charles Roven. A escuta na casa de Roven envolveu o diretor John McTiernan, que chegou a declarar ao FBI que não havia contratado Pellicano. O diretor acabou processado por mentir a um agente federal, bem como outras seis pessoas que contrataram o detetive e disseram não saber que ele estava atuando de forma ilegal.

Anthony Pellicano

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Anthony Pellicano

McTiernan já cumpriu quatro meses de prisão pelo caso. Saiba mais.

Em seu discurso de abertura o promotor Kevin Lally definiu Pellicano como o responsável por um empreendimento criminoso que envolve a corrupção de alguns dos mais fundamentais sistemas da sociedade, a polícia, o sistema legal e a companhia telefônica. Entre os pontos curiosos do processo está o uso da palavra "omerta", o código de silêncio da Máfia siciliana, como senha de segurança no computador pessoal e sistemas de segurança de Pellicano. O detetive particular é filho de sicilianos e foi criado em Chicago, onde teria feito amizade com o mafioso Joey "The Clown" Lombardo.

Pellicano, que dispensou a defesa de um advogado, disse em sua declaração de abertura que tudo o que fez foi prestar serviços para que seus clientes solucionassem problemas. Entre seus serviços estavam casos de divórcio, como o de Carradine e esposa, disputas contratuais e até casos de estupro em que as informações obtidas pelo detetive deram vantagem aos seus clientes.

Os quatro acusados de trabalhar com Pellicano incluem Rayford Earl Turner, um ex-técnico da companhia telefônica, Kevin Kachikian, o programador responsável por criar e manter o sistema de escuta e gravação, Abner Nicherie, tradutor das gravações, e Mark Arneson, ex-detetive da polícia de Los Angeles - acusado de checar os bancos de dados da polícia cerca de 2.500 vezes a serviço de Pellicano. O policial alegou saber que havia "cruzado a linha", mas que estabeleceu duas regras para si mesmo: não receber dinheiro pelas checagens e não dar a Pellicano informações sobre investigações policiais.

A previsão é de que o julgamento dure cerca de dez semanas. Algumas das testemunhas de acusação foram vítimas das escutas de Pellicano, enquanto outras aceitaram testemunhar em troca de imunidade.

As investigações iniciais sobre as atividades de Anthony Pellicano começaram em junho de 2002 quando a então jornalista do Los Angeles Report, Anita Busch, encontrou seu carro com o parabrisa estourado, um bilhete dizendo "pare", uma rosa e um peixe morto. A jornalista informou o FBI que a ameaça poderia estar ligada à sua pesquisa sobre Julius R. Nasso e Steven Seagal. Nasso, que produziu filmes em parceria com Seagal, havia sido indiciado em Nova York por ligações com o crime organizado e um suposto plano para extorquir Seagal.

No dia seguinte à ameaça, a jornalista recebeu uma ligação de um informante do FBI que disse ter sido contratado por uma agência de detetives para intimidar a jornalista. As autoridades descobriram que a agência contratada era de Pellicano e daí em diante Hollywood se viu em meio a mais um escândalo.

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