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Cinescópio: A pirataria de filmes

Cinescópio: A pirataria de filmes

EF
26.09.2003, às 00H00.
Atualizada em 19.12.2016, ÀS 07H01

Um relatório de uma equipe da AT & T jogou recentemente mais lenha na fogueira da pirataria de filmes.

Inimiga número um de Jack Valenti, presidente da MPAA (Motion Picture Association of América), a distribuiçao bucaneira produz milhões de discos e zero de direitos autorais em países como Malásia, Paquistão e China, só para citar os campeões da categoria, sem nos esquecermos dos DVDs alternativos no centro de São Paulo.

O estudo ressalta que a maioria das cópias perna-de-pau e papagaio no ombro nascem de câmeras de vídeo convenientemente instaladas nos cinemas, via de regra com a anuência de um operador, a fim de captar o som direto da cabine de exibição.

O ponto mais explosivo do relatório, no entanto, é que se Valenti quer realmente lutar contra a fuga de dólares dos associados da MPAA, deve começar a vigiar o próprio quintal. Afinal, as melhores matrizes para a indústria da ilegalidade escapam da linha de produção dos filmes.

As conclusões do trabalho não agradaram muito, uma vez que culpa gente de casa e não só estrangeiros feios e malvados. Nada disso, porém, é novidade. Só não via quem não queria.

Quando Kevin Costner fazia sucesso (e tinha cabelo), Waterworld (filme que afundou sua carreira e fez cair seu cabelo) despontou na Rússia antes da estréia nos cinemas. No canto da tela, porém, uma seqüência de números entregava a origem do vazamento: era a cópia usada para a edição do filme na sala de montagem, local que, com certeza, não era freqüentado pelo mercado negro russo.

Os estúdios têm usado alta tecnologia para impedir que se entre com câmeras nas exibições para a imprensa ou sessões-teste, que acontecem antes da estréia comercial. Em janeiro, agentes com óculos de visão noturna capturaram um homem que filmava Demolidor - O homem sem medo durante a projeção para a mídia. Em projeções mais recentes, jornalistas e críticos tiveram de deixar na porta todo equipamento eletrônico. Se alguém tentasse esconder algum minúsculo aparelhinho em orifícios nunca dantes navegados, detetores de metal entravam prontamente em ação (o que também impediu que celular incomodassem quem só fora ao cinema, vejam só, para ver o filme). Não satisfeitos, os guardas e seus óculos especiais ainda patrulharam o andamento da sessão. Coisa de deixar Rambo e Steven Seagal felizes como meninas de laçarote.

Estas precações, no entanto, estão longe de resolver o problema. Caso contrário, Hulk não teria chegado à Internet duas semanas antes da estréia, graças a alguém numa agência de publicidade que emprestara o disco do estúdio a um amigo. Esse último espertinho colocou o filme na rede só para mostrar que podia.

Valenti comemorou a prisão do autor da façanha, mas o Gigante Esmeralda entrou para a contagem de 400 mil downloads cinematográficos diários da rede mundial, e foi alvo de uma avalanche de críticas antes de figurar na tela grande.

Para acabar com a festa, o relatório sugere medidas como registrar a localização de cada cópia durante todo o processo de produção, e impedir que altos executivos levem para casa películas ainda em produção. Em resumo, o estudo toca na feridona e deixa implícito que ninguém merece confiança absoluta. Daí, a má vontade de Hollywood para com o relatório. Todavia, como dizem por aqui, cara feia, na minha terra, é fome. E não resolve o problema.

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