Caixa corta patrocínio do Belas Artes e cinema corre risco de ser fechado

Créditos da imagem: Caixa Belas Artes/Instagram/Reprodução

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Caixa corta patrocínio do Belas Artes e cinema corre risco de ser fechado

Após término do contrato em janeiro, banco decidiu não renová-lo

26.02.2019, às 11H50.
Atualizada em 26.02.2019, ÀS 12H32

A Caixa Econômica Federal cortou o patrocínio do Belas Artes, cinema de rua localizado na região central de São Paulo. Agora, segundo o proprietário, o espaço corre risco de ser fechado.

Em nota ao Omelete, a Caixa afirmou que a medida foi tomada após o término da vigência do contrato entre o banco e o cinema, em 31 de dezembro, sendo solicitada então a retirada da marca do Belas Artes. "A CAIXA informa que os contratos de patrocínio do banco estão sob análise e que demandas relativas aos projetos culturais e seus desdobramentos são tratadas diretamente com os proponentes ou patrocinados".

O agora Cine Belas Artes postou no Instagram um posicionamento oficial, afirmando que "a proposta de renovação enviada em meados de 2018, ainda não teve resposta formal da direção da empresa". Confira:

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Queridos clientes do Cine Belas Artes, O Contrato de patrocínio do Cinema com a CAIXA venceu em 31 de dezembro passado. A proposta de renovação enviada em meados de 2018, ainda não teve resposta formal da direção da empresa. Desta forma a partir desta quinta-feira, dia 28 de fevereiro, a pedido da gerência da empresa, o cinema não terá mais a marca Caixa junto a seu nome, voltando a se chamar CINE BELAS ARTES. Devido a sua programação alternativa, mesclando filmes de nacionalidades diversas e mantendo alguns títulos por longo período em cartaz, o CINE BELAS ARTES tornou-se um dos mais importantes pontos de encontro intelectual e artístico da cidade. Todos lembram o triste período de 2011, quando após muitas tentativas de negociações, o CINE BELAS ARTES teve suas portas fechadas. Como consequência se iniciou na cidade de São Paulo um movimento pelo não fechamento do cinema. Os mais diversos frequentadores do espaço se uniram e somaram mais de 90 mil assinaturas, realizando a maior mobilização já ocorrida no Brasil em defesa de um patrimônio cultural. Porém não foi possível adiar o fechamento. Em 2013 o cinema teve sua fachada tombada pelo patrimônio histórico estadual, e em 2014, três anos após o fechamento, graças a esta mobilização, apoio da Prefeitura e o apoio do banco, reabriu suas portas. Agora neste ano, estamos em busca de um novo PATROCINADOR e caso você, cliente querido, tenha alguma sugestão, envie para nós ou marque o @ neste comunicado oficial. É fundamental conseguir um novo parceiro! Adiantamos aos correntistas do banco CAIXA, que em carinho, manteremos o desconto de meia-entrada no ingresso de segunda a quarta-feira. O CINE BELAS ARTES faz parte da memória afetiva da cidade levando às telas, especiais de grandes diretores; Noitão; Cine Clube da Morte; Segunda Mais Barata, onde basta apresentar a CTPS (mesmo sem registro atual) para ganhar direito à meia-entrada no ingresso e; uma programação semanal com mais de dezoito filmes em cartaz. (Continua nos comentários)

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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o dono do Belas Artes e ex-secretário municipal de Cultura, André Sturm, disse que sem o patrocínio o espaço pode fechar em dois meses. Esse foi o acordo que fez com o proprietário do imóvel onde funciona o cinema, com aluguel estimado em R$ 2 milhões ao ano. 

Agora, ele busca patrocinadores para salvar o estabelecimento, elogiado por resgatar clássicos e trazer títulos diferentes do circuito dos shoppings. 

O proprietário frisou que o antigo apoio ao Belas Artes não veio por meio da Lei Rouanet, nem por ato de caridade. Segundo ele, a parceria com a Caixa, responsável por reabrir o cinema em 2014, na verdade era bastante lucrativa para o patrocinador e rendia atenção na mídia.

A notícia do fim do patrocínio ao Belas Artes vem dias depois da confirmação de que a Petrobras parará de apoiar a Sessão Vitrine, iniciativa que dá mais visibilidade aos filmes nacionais. Em nota, a estatal também disse estar "revisando sua política de patrocínios", como a Caixa - saiba mais.

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