Biografia desglamourizada de Che Guevara muda de nome

Guevara e Castro nos dias da Revolução Cubana

A cinebiografia de Ernesto "Che" Guevara (1928-1967) do cineasta Steven Soderbergh (Doze homens e outro segredo) mudou de nome. Antes, entitulava-se simplesmente Che. Agora, com o início das filmagens se aproximando, o filme passa a se chamar Guerrilla - mais em sintonia com a proposta do filme, que supostamente desglamourizará o mito do revolucionário.

Em setembro, durante o último Festival de Veneza, uma reportagem do jornal The Daily Telegraph revelou que arquivos recém-abertos da CIA serviriam de base "verídica" para a construção da história. Um Che menos romântico - o jornal faz questão de lembrar Diários de motocicleta como o contraponto "de esquerda" - e mais apegado aos pragmatismo da guerrilha sul-americana, especialmente após a Revolução Cubana de 1959.

Benicio Del Toro (21 gramas, Traffic) será Guevara, retratado não em sua juventude, mas a partir dos anos em que conheceu Fidel Castro no México e ajudou a derrubar o ditador Fulgêncio Batista do governo de Cuba. A história seguirá até a mata amazônica, onde Che liderava insurgentes contra o exército boliviano. Os tais arquivos hoje abertos seriam os relatos do agente Felix Rodriguez, que perseguiu Guevara por cinco semanas em 1967, conseguindo revelações de companheiros presos, até prendê-lo em outubro. Foi durante a captura na vila de La Higuera que militares bolivianos atropelaram o procedimento de Rodriguez e executaram Guevara. Nos arquivos, o agente da CIA entende que escapou por sorte, pois também era alvo do exército local.

Benjamin Bratt (Mulher-Gato, O lenhador) viverá Ente, o braço-direito de Che na guerrilha. Franka Potente será Tania, outra colaboradora de Guevara na Bolívia. Ao espanhol Javier Bardem (Mar adentro) caberá interpretar Castro, o que por si só já deve valer o ingresso. Soderbergh começa a rodar o filme quando finalizar O bom alemão. Mais exatamente, a partir de 21 de janeiro em Nova York e em Veracruz, no México.