Mantendo a boa safra de filmes brasileiros, Assalto à Brasileira, protagonizado por Murilo Benício e dirigido por José Eduardo Belmonte (Uma Família Feliz) chega para contar a história de um dos assaltos mais famosos do Brasil. O filme acompanha a história de um jornalista que, sem querer, se vê no meio de um dos roubos mais conhecidos da história:: o assalto ao Banestado de Londrina, no interior do Paraná, realizado em 1987.
Na época, o crime ganhou repercussão nacional e permanece no imaginário popular dos brasileiros. Em dezembro daquele ano, no dia do aniversário da cidade, um grupo de ladrões invadiu uma agência do banco e fez 300 reféns. Para liberá-los, a quadrilha exigia o pagamento de 30 milhões de cruzados — algo equivalente a R$ 23 milhões, em valores atualizados pela inflação atual.
Durante as filmagens do longa, em 2024, o Omelete foi convidado a visitar o set e conversou com Benício sobre o projeto. O astro disse que não se lembrava da história que inspirou o filme: “Por incrível que pareça, eu não conhecia ou não me lembrava de conhecer, porque da forma que ele [assalto] foi divulgado na época, com certeza eu devo ter visto algum lugar, mas devo ter esquecido. Eu tinha 16 anos. Então, não era uma criança.”
O set de filmagem era localizado em um prédio no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, e recriava a sede do Folha de Londrina, jornal local da cidade, de forma impecável. Todos os objetos da época, como máquinas de escrever, telefones e muitos outros estavam presentes para que tudo lembrasse os anos 1980, um visual extremamente marcante e bonito. E foi ali que vimos uma das primeiras cenas sendo gravadas.
Na cena em questão, vemos o Paulo, personagem de Murilo, em “um dia de fúria”. Após sua demissão, ele puxa das mãos do outro jornalista, que aparentemente entrou em seu lugar, a sua máquina de escrever, arranca uma foto debaixo dela e sai de cena.
Na próxima cena a que assistimos, vemos a editora-chefe da Folha de Londrina chamando o Paulo para sua sala, que entra batendo fortemente à porta. Essa é a conversa de sua demissão que vemos ela de vários ângulos diferentes. Na primeira, Murilo está em pé, enquanto a editora está sentada.
Após o fim das gravações, Benício comentou sobre o que o atraiu neste projeto. “Eu nunca fiz um filme sobre um assalto de banco. Eu sempre achei que um filme sobre assalto a banco sempre é muito interessante. E ter sido real a história torna mais interessante ainda”, contou.
“Foi engraçado porque quando eu peguei o roteiro, eu comecei a ler e falei: “Isso aqui está me lembrando muito de Um Dia de Cão [filme de 1975 estrelado por Al Pacino]. E é um filme muito engraçado, sem ser, que eu pensei um pouco nesse filme aqui. E depois me disseram que por coincidência, Um Dia de Cão tinha passado [na TV], tipo assim, uma semana antes do assalto. A gente não sabe também se eles assistiram e falaram: “Porra, vamos assaltar um banco?”.
O ator também comentou sobre sua preparação para esse papel e se ele consumiu outros conteúdos que relatam a história do assalto.
“Eu vi tudo que eu pude pegar, dei uma olhada no livro, eu vi o documentário. Tem algumas entrevistas fora do documentário, tem outras coisas que eu não tinha encontrado e o Belmonte [diretor] passava pra mim, às vezes tinha uma entrevista solta. Aí depois ele passou pra mim uma coisa que foi inacreditável. Aconteceu um outro assalto, em algum outro lugar, que o repórter entrou pra tentar ajudar e foi uma merda. Deu tudo errado. E três meses depois aconteceu isso em Londrina, os dois casos verídicos. No nosso filme, o Paulo tá dentro. Mas isso é por uma questão de roteiro, mas na realidade, o Paulo soube disso na rua. E falou: “Eu vou lá”. Maluquinho, né? Aí eu que era mais interessante ainda, né?”
Antes de finalizar, também perguntamos o que o público pode esperar desse novo filme e em como o longa pode ser um grande “efeito borboleta”, pois se o Paulo não tivesse sido demitido, não precisaria estar no banco e nada daquilo aconteceria.
“Ele é mandado embora porque ele está num momento medíocre mesmo. Acho que é isso mesmo, às vezes. Ele está estagnado num lugar, de repente está com 50 e poucos anos. Não estou falando de Paulo, não. Na minha cabeça é isso. Ele achou que iria estar num lugar e não está. Então realmente ele está sendo mandado embora porque ele não tá mais entregando, ele não tá mais com essa garra toda pela profissão, já tá meio desiludido. E aí é isso, é uma coisa que traz ele a vida, né? Esse assalto, né? Ele tá lá dentro.”
Assalto à Brasileira ainda não tem data de estreia confirmada. O elenco também conta com Christian Malheiros (Sintonia, 7 Prisioneiros) no elenco.
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