Animage é resistência artística na era da IA, analisa diretor-geral do festival

Outubro é sempre um mês marcante para a indústria do cinema no Brasil. Durante esse período, o país recebe diversos festivais de cinema, como a Mostra SP, o Festival do Rio e o Animage, o principal circuito de animação do país que acontece em Recife. Durante cinco dias, o Animage recebe dezenas de animações, muitas delas inéditas e fortes concorrentes ao Oscar. Porém, em um momento em que a inteligência artificial ganha força, celebrar a animação se torna ainda mais revolucionário.

Em entrevista ao Omelete, o diretor-geral do festival, Antonio Gutierrez, diz que “o Animage é um festival de resistência, mas muito ousado, eu diria, e assim, e pouco modesto”. Presente em cada um dos dias dos 15 anos do festival, Guti, como é carinhosamente chamado pela sua equipe, explica que o objetivo sempre foi posicionar o festival como um dos mais importantes do mundo. “A gente tem um olhar para o que acontece aqui e em outros países e tenta trazer uma programação atual que dialoga com clássicos, com a história da animação e com a parte formativa também”, diz ele.

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Pensando em um mundo cada dia mais adepto da inteligência artificial, onde tudo é tech e smart, Guti não vê esse movimento como um uma ameaça, mas sim como um adubo nada mais faz do que promover o crescimento de um lindo jardim. “O que eu vejo com o avanço da tecnologia, principalmente de IA, é que elas também valorizam as técnicas artesanais”, explica. “Isso mostra a importância da animação. É lógico que isso [a IA] aí vai ser incorporado nas produções atuais e futuras cada vez mais, mas acho que essa questão do artesanal, isso não só vai permanecer, mas também vai ser muito valorizado dentro desse universo da animação”.

Sobre o Festival Animage

Em 2025, o Animage celebra 15 anos entre memória e futuro, unindo clássicos, estreias e narrativas que exploram utopias e distopias. Entre tintas, papéis e objetos, a animação artesanal revela sua força, conectando o olhar local a debates universais e horizontes infinitos.

A programação acontece entre os dias 7 e 12 de outubro, no Cine São Luiz, Caixa Cultural Recife, Cinema da Fundação Derby, Cinema da UFPE e Teatro do Parque. As entradas são gratuitas, e distribuídas 1 hora antes de cada sessão, nas bilheterias locais. As sessões estão sujeitas a lotação.

*O repórter viajou a convite do festival