Filmes

Entrevista

Além das Palavras | "A repressão é uma bússola", diz Cynthia Nixon

Estrela de Sex And Tthe City protagoniza drama de época sobre a poeta Emily Dickinson

27.04.2017, às 17H27.
Atualizada em 28.04.2017, ÀS 01H01

Celebrizada no papel de Miranda Hobbes na série e nos filmes Sex And The City, a atriz nova-iorquina Cynthia Nixon chegou aos 50 anos com a meta de se reinventar como intérprete e como estrela, ousando protagonizar filmes que transcendam formatos de gênero e explorem personagens impossíveis de rotular... como é o caso de Além das Palavras,que está em cartaz nos cinemas brasileiros. Batizada de A Quiet Passion no original, esta produção anglo-belga de € 6,9 milhões, dirigida pelo cultuado cineasta britânico Terence Davies (de Vozes Distantes), mostra Nixon no papel da poeta americana Emily Dickinson (1830-1886). Reza a lenda que ela deixou 1750 poemas escritos como legado, após sua morte, sem que tivesse alcançado notoriedade em sua vida, atormentado pelo amor não correspondido pelo reverendo Wadsworth. No filme, sua jornada pela poesia é explorada em paralelo a conflitos amorosos e seu confronto com o pai, Edward (o lendário Keith Carradine, de Os Duelistas).

Repressão é a bússola que guia este exercício de imersão numa vida que conhecemos apenas a partir de sua herança de palavras poéticas. Há quem diga até que ela tenha morrido virgem em decorrência do quanto foi reprimida”, contou Nixon ao Omelete durante o Festival de San Sebastián, na Espanha, onde o filme foi exibido em sessões hors-concours, precedido pelos elogios que conquistara na Berlinale, na Alemanha, meses antes. “O que ficou de recordação dela, de sua vida real, interessa aqui menos do que seus versos”.

O nome de Nixon também anda associado ao de uma produção brasileira, Talvez Uma História de Amor, de Rodrigo Bernardes. Mas ela não falava de projetos paralelos a este recorte biográfico de Emily, crescida em meio a um bilhete castrador.

Terence apaixonou-se pela escrita poética de Emily e buscou filmar sua vida numa busca a analogias entre a vida da poetiza e a sua. A relação dele com uma certa classe social em decadência aproximou-o da obra da escritora, que escrevia de maneira afiada sobre sentimentos”, explicou Nixon. “Fiz muita pesquisa literária para descobrir a voz de Emily, mas, no set, com a câmera ligada, as referências ficaram de fora e ficou só o meu desejo de me aproximar dela, e revelar o quão quentes eram seus versos”.

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