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A Visão - Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Filme indiano pesa prós e contras do interesse ocidental pela cultura do país

ÉB
18.10.2007, às 17H00.
Atualizada em 04.06.2018, ÀS 04H05

Muito mal-executado, mas interessante, A Visão (Drishtantham), do indiano M. P. Sukumaran Nair é todo pautado nos dilemas atuais do país.

Ao mesmo tempo celeiro tecnológico e berço de uma cultura milenar, a Índia vive um momento difícil. Segundo o filme, o povo cada vez menos apóia tradições ancestrais, como o ritual performático Theeyatt, centro da trama. A apresentação é executada exclusivamente pelo patriarca de uma família, Vasunni, depois de elaborados rituais de purificação. Tudo é meticulosamente preparado, homenageando os deuses, figuras retratadas no Theeyatt - em que Kali, a Deusa da Retribuição, relata a Shiva, seu criador, o assassinato de Darika, o demônio (cuja cabeça ela carrega em um de seus braços).

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Sem convites para apresentações, a família de Vasunni enfrenta problemas de dinheiro. Não pode casar sua filha mais velha por não terem posses para o dote e o patriarca sofre com uma asma terrível. Mas o interesse global pela Índia, seja pela Yoga, medicina Ayurvédica ou a exoticidade de tais rituais, surge como uma saída possível para a crise. Relutantemente, a família aceita estrangeiros em casa, revela seus rituais e, pela primeira vez, concorda em apresentar o Theeyatt fora do templo.

É o impacto da globalização atingindo um cultura riquíssima. Ao mesmo tempo em que a família sofre com o desinteresse pelo seu ritual, a filha mais jovem torna-se uma estrela do mundo pop televisivo. E o filho quer ter uma banda de rock e vive buscando idéias para tirar dinheiro de turistas...

As idéias do cineasta são realmente boas. Mas sua falta de habilidade em filmar transforma a produção num verdadeiro martírio. A direção de atores é sofrível, bem como toda a técnica (do posicionamento de câmera ao som indireto, nada presta). Mas aí chega o final - e Sukumaran Nair se transforma. Aprende a dirigir nos últimos 10 minutos de filme, como se possuído. Curiosamente, a cena envolve uma possessão. Teriam os deuses influenciado a catarse?

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