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À procura da felicidade

Will Smith e seu filho estrelam drama para fazer chorar

01.02.2007, às 14H10.
Atualizada em 20.04.2020, ÀS 14H47

Sabe quando você ouve aquela história impossível de superação, do cara que estava abaixo do fundo do poço e consegue dar a volta por cima? A primeira reação é dizer "ah, vá! Isso não pode ser verdade". A segunda, ainda sem acreditar, é "Imagina... isso só acontece em filme". Este é À procura da felicidade (The persuit of happyness, 2006), filme inspirado na vida de Chris Gardner, um ex-vendedor de São Francisco que conseguiu se tornar um milionário corretor das bolsas de valores.

No filme, interpretado por Will Smith, Chris Gardner é a personificação da Lei de Murphy. Tudo o que poderia dar errado em sua vida, deu. Perdeu a esposa, a casa, o carro e suas economias em um investimento furado em scanners ósseos que logo caíram em desuso. Só sobraram seu filho, de 5 anos, e seu sonho. Parece um dramalhão edificante. E é. Deve ter horas em que até o projecionista fica com vontade de desligar a máquina e acabar o filme por ali, para tentar evitar que o protagonista se ferre ainda mais. Não adianta, o sofrimento parece infinito e dura até o fim das quase duas horas de rolo.

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Rebobinando a história, tudo começa nos anos 80, em São Francisco. Chris Gardner era um vendedor que ao ver um engravatado estacionando uma Ferrari se encanta com o visível sucesso do sujeito e pergunta ao executivo o que ele faz para possuir o tal veículo. Descobre assim que trabalhar na bolsa de valores dá dinheiro e decide investir na carreira. Ao saber que o marido está disposto a involuir, apostando seu futuro em uma vaga de estagiário em uma empresa corretora de títulos e valores, a esposa decide sair dali e se muda para Nova York.

Milagrosamente, ele consegue a vaga de estágio mesmo indo fazer a entrevista com os sócios da empresa direto da cadeia, onde ficou preso por não ter pago multas do carro que nem tinha mais. E com o estágio garantido as coisas começam a se acertar? Que nada! O trabalho não é remunerado. Os seis meses de curso serão eternos, com o pouco de dinheiro que havia sobrado se esvaindo mais rápido que brigadeiro em festa de criança. Sem condições de pagar aluguel, Chris e seu filho passam a viver na rua, dormindo um dia no metrô, outro nos abrigos para sem-teto. A vida não era fácil, mas usando a sua inteligência, o bom humor e a capacidade de lidar com as pessoas Chris vai sobrevivendo e mantendo saudável a sua relação com o filho.

O peso de Hollywood

É difícil acreditar no que se vê na tela e a verdade é que a história não foi bem assim. Chris Gardner e seu filho passaram noites no metrô e dormiram muito no abrigo para sem-teto, mas foi para economizar os mil dólares que ele ganhava no estágio. O roteirista Steven Conrad dramatiza o que já era duro. "Carrega na tinta", como se diz no jargão jornalístico. Tudo em nome do "sonho americano", da vontade de mostrar que qualquer um consegue enriquecer na "Terra da Liberdade". O fato do Chris trair sua primeira esposa e ser acusado de bater na segunda também não é citado. O que resta é só o paizão perfeito, que não mede esforços para proteger sua cria.

Descartando toda essa "liberdade criativa", que quase desclassifica o filme do gênero cinebiografia, o drama funciona muito bem. As escolhas do diretor italiano Gabriele Muccino, Will Smith (indicado ao Oscar de Melhor ator) e do seu filho Jaden Christopher Syre Smith não deixam dúvida: o intuito aqui é emocionar o público - e isso o trio consegue. Por isso fica aqui o aviso: não esqueça o lenço de papel. A caixa toda!

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