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Notícia

A Ilha da Imaginação

A adaptação do livro A Ilha de Nim chega ao cinema com mais falhas que acertos

FY
17.07.2008, às 00H00.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 14H06
Todo escritor tem um quê de manipulador. Perverso, até. Ainda que o mesmo livro possa causar diferentes sensações em cada leitor, a mente por trás da história deve saber brincar com elas, por vezes ludibriá-las por caminhos sem volta, a lugares encantados ou às rédeas do desespero. E então, com a maior cara-de-pau, levantar-se elegantemente da cadeira no muquifo onde se encontra, desligar o computador e abandonar o leitor à própria sorte.

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A ilha da imaginação

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A ilha da imaginação

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Bons livros são assim. A Ilha de Nim, que inspirou o novo filme da Walden Media, é assim. Já a adaptação aos cinemas, A Ilha da Imaginação (Nim's Island, 2008), não chegou lá. Ficou num incômodo meio-termo, com boas interpretações, efeitos especiais pontuais mas uma história adaptada que não conseguiu se resolver a tempo.

Nim é a personagem principal, interpretada pela já não tão pequena Miss Sunshine, Abigail Breslin. Órfã de mãe e filha de um biólogo marinho, ela vive com o pai numa ilha secreta que não deve nada à de Lost: tem seus cocos e bananeiras, e também energia elétrica e Internet. É assim que Nim se comunica com o herói de seus livros, o aventureiro Alex Rover, sem saber que ele se trata de Alexandra Rover, uma escritora agorafóbica vivida por Jodie Foster. Quando o pai, Jack (Gerard Butler) desaparece em alto mar, cabe a Alex enfrentar seu medo de contato social para cruzar o oceano e salvar os dois. De quê, não fica muito claro, já que Nim é como uma versão moderna de Píppi Meialonga, personagem literária infantil com quem partilha a coragem sobre-humana e o amor pelos animais.

Ainda que inferior a outras produções da Walden Media, como A Loja Mágica de Brinquedos e o soberbo Ponte para Terabítia (ambos de 2007), A Ilha da Imaginação é um filme infantil acima da média para produções do gênero. Mas, como já vem virando costume, acabou ganhando na sua versão para o cinema um enxerto praticamente inexistente nos livros.

Ao contrário de Terabítia, que permitia um certo espaço para isso, as adições à Ilha da Imaginação acabaram colocando o filme numa crise de identidade. A começar pelo título em português, um tanto equivocado, já que a tal "ilha" e o dia-a-dia de Nim são "reais", enquanto Alex é quem vive conversando com personagens imaginários. É a eterna (e irritante) mania dos distribuidores brasileiros de rebatizar filmes com sobrenomes como "Da pesada" ou "Do barulho", talvez sonhando com uma menção no Hall da Sessão da Tarde.

O pôster também engana muito. Nele vê-se uma bússola (sim, dourada), um navio pirata, um capitão barbudo e até mesmo uma luta de espadas. Absolutamente nada disso é visto no filme. Quando ele começa, com uma lúdica e bem executada sequência de animação narrada pela personagem principal, espera-se uma história de fantasia, mas o roteiro sydfieldiano preocupa-se tanto em explicar os personagens e suas motivações que sobra pouco espaço para ela. E a tal "aventura" prometida no trailer nunca chega realmente a acontecer, até porque, nem no livro ela existe. Quando enfim você percebe que todas as expectativas estavam erradas, nem tanto por culpa da história, mas sim por todo o outro lado que faz Hollywood funcionar - o marketing - já é tarde. O filme acaba e fica aquela sensação de que podia ter sido muito mais.

Obs: Distribuído exclusivamente em cópias dubladas.

O livro - A Ilha de Nim

No embalo do filme, a Editora Brinque Book está lançando o livro que o inspirou - A Ilha de Nim. Sem a necessidade de faturar alto como o cinema para pagar cachês milionários, a obra da canadense Wendy Orr é bem menos pretensiosa. A autora se limita a explicar bem como uma menina pode viver duas semanas sozinha numa ilha, e sua relação com a autora de seus livros favoritos. Não tem nada de piratas que não existem ou personagens que saem de livros. Dentro do seu universo bem construído, tudo é mais factível, fluido e, por isso mesmo, mágico.

Como Alex Rover, Fábio Yabu também é autor de livros infantis.

Assista a clipes do filme

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