Falta originalidade a Não se Preocupe, Querida

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Falta originalidade a Não se Preocupe, Querida

Novo longa de Olivia Wilde foi exibido no Festival de Veneza

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2 min de leitura
06.09.2022, às 14H26.
Atualizada em 06.09.2022, ÀS 14H41

O segundo filme de Olivia Wilde como diretora, Não se Preocupe, Querida, é bem diferente do primeiro. Fora de Série, de 2019, era uma comédia de amadurecimento e sororidade. Já Não se Preocupe, Querida, exibido nesta segunda-feira (5), fora de competição, no 79º Festival de Veneza, é um thriller distópico estrelado por Florence Pugh e Harry Styles. Bem mais ambicioso, portanto.

Não se Preocupe, Querida se passa em uma cidade planejada no meio do deserto, que copia a estética dos anos 1950 e 1960 nos Estados Unidos, quando os carros tinham rabo de peixe, as cores dominantes eram pastel, e os cabelos, volumosos. Quando a América era grande. Só que, mesmo na realidade, isso era uma ilusão, com as mulheres oprimidas, os negros lutando por direitos básicos, os gays com medo de viver suas vidas plenamente.

No filme, esse mundo é uma total miragem. Alice (Pugh) é uma dona-de-casa perfeita, que prepara jantares com cinco pratos todas as noites e depois ainda arruma cabelo, faz maquiagem e coloca roupa de festa para receber o marido, Jack (Styles), que trabalha em um projeto secreto. Eles moram em uma comunidade criada para abrigar – ou confinar – os funcionários do Victory e suas famílias.

Tudo é lindo, novo e moderno, mas todas as mulheres fazem a mesma aula de balé. Nenhuma tem vida pessoal, trabalho, ou mesmo sabe exatamente o que o marido faz. Por trás daquela fachada, algo muito sinistro está acontecendo, sob a liderança de Frank (Chris Pine).

Não se Preocupe, Querida parece falar da necessidade de controle, especialmente de corpos femininos, e do abuso de poder. São temas relevantes hoje como eram nas décadas de 1950 e 1960. Mas tudo é jogado no meio de um roteiro confuso, que não faz sentido.

Olivia Wilde contratou uma equipe excelente para construir esse mundo e consegue fazer com que o espectador mergulhe nele. Ela faz boas cenas de festa e de sexo, focando no prazer feminino, mas abusa de clichês cinematográficos e coisas vistas em outros filmes. Falta originalidade.

Para sua sorte, ela conta com Florence Pugh, sempre carismática e ótima, mas que faz especialmente bem uma mulher que se rebela contra suas circunstâncias. Não chega a ser sua atuação em Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, onde ela tem mais material para trabalhar. Mas, perto dela, Harry Styles, que sabe comandar um palco, some. Não chega a incomodar tanto porque faz certo sentido no contexto.

Ao fim, Não se Preocupe, Querida se perde na condução do mistério e não tem o frescor que o simpático Fora de Série tinha.

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