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Festival de Cannes começa com apelo mais pop

E com a Croisette tradicionalmente forrada de banners e cartazes sem fim

12.05.2015, às 15H27.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Em contagem regressiva de horas para o inicio da 68a. edição do Festival de Cannes, que começa amanhã e vai até o dia 24 de maio, o balneário francês que sedia a competição pela Palma de Ouro se prepara para receber uma das seleções de maior colorido pop de sua história, com filmes de gênero e animações em diferentes latitudes, que inclui uma sessão de Mad Max - Estrada da Fúria para começar a festa no volume alto.

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Já na sessão de abertura do festival, La Tête Haute, de Emmanuelle Bercot, com Catherine Deneuve, percebe-se um esforço de dialogar com novas (e maiores) plateias, na opção de se escalar um filme dirigido por uma mulher - algo raro na Croisette - para iniciar os trabalhos. Uma vontade de falar com públicos mais jovens, sem abrir mão de autores consagrados como Gus Van SantNanni Moretti Jia Zhang-ke, pode ser notada na presença de títulos com sabor de pipoca em competição. É o caso do sci-fi The Lobster, do grego Yorgos Lanthimos, que é visto desde já como um candidato ao posto de Ela de 2015. Com ecos de Spike Jonze, o longa-metragem leva Colin Farrell Rachel Weisz a um futuro no qual pessoas solteiras são transformadas em bichos caso não encontrem um par ideal em 45 dias.

A lembrança de Ela remete à figura de Joaquin Phoenix, esperadíssimo na cidade para badalar O Homem Irracional, que Woody Allen traz ao balneário nesta sexta, com a promessa de emplacar um novo sucesso depois do fenômeno de público e crítica de seu Meia-noite em Paris (2011), também revelado em Cannes. A vinda de Emma Stone também é esperada na Croisette; ela e Phoenix vivem no filme o amor entre um professor de filosofia e uma estudante.

Outro filme de gênero com potencial para públicos mais amplos é Sicario, um suspense policial com Benicio Del Toro sobre cartéis no México feito para estabelecer o cineasta canadense Dennis Villeneuve entre os principais nomes da indústria americana, depois do seu Os Suspeitos. Também salta aos olhos o espaço nobre dado por Cannes a dois longas animados pelos quais o mercado exibidor internacional saliva: Divertida Mente, da Pixar, e O Pequeno Príncipe, de Mark Osborne. Desde que Up, também da Pixar, abriu o festival, em 2009, a Croisette não reservava tamanhos holofotes para a animação.

Mas nos instantes que antecedem o inicio do festival, Cannes se veste de Hollywood, servindo como um painel vivo para divulgar alguns dos títulos americanos mais esperados do ano. A prova é uma maquete gigante de Snoopy, Charlie Brown, Linus e Cia. na frente do Carlton Hotel, o mais badalado pólo de hospedagem da cidade. As figuras criadas por Charles Schultz (1922-2000) se amontoam em uma poltrona de cinema na estrutura de acrílico e formica criada para a orla da Croisette. Fora o longa de Snoopy - com estreia brasileira prevista para dezembro -, o outro filme americano com maior exposição nas margens da praias de Cannes é Invasão a Londres, a sequência de Invasão à Casa Branca com Gerard Butler.

Filmes ainda em produção aproveitam a badalação na Croisette para formar um burburinho. O melhor exemplo é o cartaz gigante do épico marinho The Odyssey, com Audrey Tautou, no teto de um dos prédios mais centrais de Cannes. Foram instalados para todos os lados também pôsteres de The criminal, thriller com Kevin Costner Ryan Reynolds, previsto para estrear apenas em janeiro. Um outro cartaz com boa exposição é o de Leatherface, prelúdio de O Massacre da Serra Elétrica com Stephen Dorff e Lili Taylor.

A publicidade vale - e muito - também para o cinema francês. Foi instalado no centro de Cannes um banner gigante da comédia romântica Une Tune, com o oscarizado Jean Dujardin (O Artista) e direção do veterano (e também ganhador de Oscar) Claude Lelouche. No caso do cinema brasileiro, o estande de vendas de filmes nacionais, localizado no Palais des Festivals (centro nervoso do evento) valoriza algumas produções recentes, como Casa Grande, de Fellipe Gamarano Barbosa, e o ainda inédito Que Horas Ela Volta?, de Anna Mulaert, com Regina Casépremiado em Sundance e em Berlim.

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