Festival de Berlim | Produções inéditas de Gus Van Sant e Benôit Jacquot disputam Urso de Ouro

Presidido pelo cineasta alemão Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra), o júri do 68º Festival de Berlim já tem uma primeira leva de longas assegurada para a disputa pelo Urso de Ouro de 2018, incluindo um trabalho inédito do aclamado diretor americano Gus Van Sant.

Ele entra na competição com Don’t Worry, He Won’t Get Far On Foot, que põe Joaquin Phoenix na pele de um paraplégico às voltas com a luta pela superação. Rooney Mara e Jack Black estão também no filme, que compõe o menu anunciado nesta segunda-feira (18) pela Berlinale.

Entre os rivais de Van Sant estão Eva, de Benôit Jacquot (França); Dovatlov, de Alexey German (Rússia); Figlia Mia, de Laura Bispuri (Itália); In The Aisles, de Thomas Stuber (Alemanha); Mein Bruder Heist Robert Und Ist Ein Idiot, de Philip Gröning (Alemanha); e Twarz, de Malgorzata Szumowska (Polônia). Novos concorrentes serão anunciados até o dia 15 de janeiro. Espera-se que 7 Days in Entebbe, de José Padilha, esteja na peleja pelo Urso dourado.

Dois filmes europeus foram escalados para o pacote de atrações hors-concours. A espanhola Isabel Coixet dirige Emily Mortimer e Bill Nighy em The Bookshop. O segundo título fora de concurso do Velho Mundo é prata da casa: o alemão The Silent Revolution, de Lars Kraume.

Para sua abertura, a Berlinale convidou o novo longa-metragem de Wes Anderson: a animação Ilha dos Cachorros. Com um elenco estelar de dubladores (Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Bill Balaban, Bryan Cranston, Scarlett Johansson e Greta Gerwig), o filme, que estreia dia 23 de março nos EUA com o título original de Isle of Dogs, será exibido dia 15 de fevereiro em terreno alemão. Ambientado num Japão alegórico, onde o prefeito exige o banimento de todos os cães para um aterro sanitário, a produção acompanha os esforços do garoto Atari Kobayashi (Koyu Rankin) para salvar seu mascote, Spots.

O Brasil já conquistou um cantinho pra si no evento, na seção Panorama, com uma trinca de documentários. O cearense Karim Aïnouz exibe lá Aeroporto Central (Zentralflughafen THF); Bixa Travesti é o nome da investigação sobre desconstruções de identidade de gênero feita por Kiko Goifman e Claudia Priscilla; e Ex-Pajé, é o filme de Luis Bolognesi, que aborda um etnocídio indígena na Amazônia.

Há um longa da Europa, Obscuro Barroco, da diretora grega Evangelia Kranioti, que também fala de questões nossas ao retratar uma lenda da cultura queer carioca: a travesti Luana Muniz (1961-2017).