Festival de Berlim | "Indignação é um filme sobre quem queremos ser", diz astro de Percy Jackson
Logan Lerman estrela longa dirigido por James Schamus e produzido por brasileiros
Mais interessado em realizadores de verve autoral do que em estrelas de Hollywood, o Festival de Berlim viu o jovem Logan Lerman, protagonista da franquia Percy Jackson, ser alçado à condição de celebridade AA em sua passagem pela capital alemã, neste domingo, com Indignação. Produção multinacional de DNA americano e brasileiro, via a participação criativa da RT Features de Rodrigo Teixeira (de Frances Ha e Alemão), este drama sobre repressões morais e sexuais nos EUA dos anos 1950 marca a estreia na direção do veterano produtor e roteirista James Schamus, parceiro de Ang Lee em Hulk (2003), O Tigre e o Dragão (2000) e o cult Tempestade de Gelo (1997).
Com base no romance homônimo de Philip Roth, o longa-metragem, exibido em Sundance, em janeiro, traz Lerman na pele de Marcus Messner, um jovem judeu pobre de Nova Jersey que tenta a sorte ao se mudar para Ohio, a fim de estudar. Lá, ele vai saber o quanto um amor pode doer, assim como vai se deparar com o antissemitismo.
“O passado desperta na gente uma certa luxúria, um desejo de saber como foi um tempo como a década de 1950”, disse Lerman na Berlinale. “Eu fiz muita pesquisa sobre a época para entender como as pessoas se comportavam e para saber mais da repressão que havia naquele momento”.
Queridinho na seara indie do cinema dos Estados Unidos desde que estrelou As Vantagens de Ser Invisível (2012), o ator californiano de 24 anos vem somando filmes de apelo popular pilotados por realizadores de prestígio, como Noé (2014), de Darren Aronofsky, e Corações de Ferro (2014), de David Ayer. Sob a direção de Schamus, ele vem sendo elogiado pela maneira como traduz num gestual minimalista as angústias da exclusão em um ambiente de desejo e de submissão.
“Minha ideia era fazer Marcus como alguém que está sempre reprimindo suas próprias vontades para não se meter em apuros”, disse Lerman. “Este é um filme sobre o tipo de pessoa que a gente desejaria ser e não sobre a pessoa que a gente é”.