Filmes

Artigo

Doutor Estranho impressiona com visual psicodélico, sem esquecer da receita Marvel

Assistimos a 15 minutos do novo filme do estúdio, que estreia em 3 de novembro

12.10.2016, às 14H07.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

Se os 15 minutos de Doutor Estranho exibidos pela Marvel ontem em São Paulo refletirem a qualidade real do filme, os fãs terão muitos motivos para comemorar quando o longa chegar aos cinemas. O corte que o Omelete viu mostra diversas partes da trama - do acidente de carro de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) à batalha contra o vilão Kaecilius (Mads Mikkelsen) - e deixa claro que nenhum estúdio de cinema que lida com super-heróis fez algo parecido com as distorções da realidade apresentadas pelo Mago Supremo. As soluções achadas pelo diretor Scott Derrickson parecem não se ater às imagens coloridas e perturbadoras das viagens por dimensões paralelas - a sensação é que a Marvel mergulhou de cabeça nas loucuras que o misticismo permite, levando essa loucura às sequências de ação e até para os momentos descontraídos do filme.

None

O início do material é pautado pela origem do herói. Stephen Strange é um cirurgião renomado e sofre um acidente que o obriga a procurar ajuda no Himalaia, junto à Anciã (Tilda Swinton) - um ser superpoderoso que o ensinará os caminhos da magia e do misticismo. A postura, as piadas e a personalidade de Strange de cara lembram Tony Stark (Robert Downey Jr.), hoje o maior símbolo da Marvel. Ao invés de um gênio da tecnologia, ele é um gênio da medicina que precisa lutar contra os próprios preconceitos para se tornar o Doutor Estranho. O molde de personagem é o mesmo; a diferença é como a Marvel explora as possibilidades dos poderes de Strange.

Se em Homem de Ferro o foco era o militarismo e as armaduras super-avançadas, aqui o foco é a magia e as dimensões paralelas. Cumberbatch assume o manto (da Levitação) do Doutor com propriedade e sem timidez na hora de colocar uma capa vermelha ou conjurar magias com as mãos. Os gestos lembram diretamente às páginas dos quadrinhos criados por Stan Lee e Steve Ditko. Fidelidade visual, aliás, é um quesito em que Doutor Estranho se destaca com tranqulidade. O uniforme de Strange está perfeito, assim como as imagens que ilustram as realidades pelas quais o personagem viaja. Cores fortes e rostos distorcidos dão a impressão de que o próprio cinema está sendo transportado para um novo plano - e em IMAX tudo parece tátil. 

Apesar dos 15 minutos focarem no espetáculo visual, era nítida a presença da "receita Marvel" nas cenas de diálogo. As piadas continuam ali, assim como a leveza dos personagens em lidar com certas situações. Mordo (Chiwetel Ejiofor), Wong (Benedict Wong) e até Anciã servem como alívio cômico em determinados momentos. É claro que não há como saber se esse tom será mantido no filme inteiro, mas está comprovado que, mesmo explorando novas possibilidades e gêneros, a Marvel não esquece de deixar sua marca - assim como não esquece de fazer referências a outros filmes (Guerra Civil e Vingadores são lembrados) ou a própria mitologia do personagem (a Dimensão Negra estará no filme).

Doutor Estranho sempre teve tudo para ser o filme mais pirado da Marvel e parece estar seguindo esse caminho. Em termos visuais, o estúdio não colocou amarras em Scott Derrickson, que mistura lisergia com horror em cenas de grandiosidade impressionante. As comparações com A Origem são inevitáveis, mas Doutor Estranho está mais para Matrix, devido aos questionamentos embutidos no discuros da Anciã e da própria falta de fé do protagonista. Parece que a Marvel está prestes a dar um passo adiante nessa Era de Ouro dos filmes de super-herói. Para ter certeza, nos resta esperar o dia 3 de novembro, quando Doutor Estranho chega aos cinemas.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.