5 HQs para ler após assistir Coringa

Créditos da imagem: Divulgação/DC Comics

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5 HQs para ler após assistir Coringa

Com um tom diferente dos demais filmes de super-heróis, produção combina também com HQs sobre revoluções populares e serial killers da vida real

14.10.2019, às 19H50.
Atualizada em 12.04.2021, ÀS 22H21

Conhecido por antagonizar o Batman há 80 anos, o Coringa se tornou um dos maiores vilões das HQs. O criminoso tem um grande apelo não só por seu visual icônico, mas também por seus cruéis atos contra o Homem-Morcego e a cidade de Gotham. Após fazer aparições no cinema, na TV e nos videogames, o Palhaço do Crime ganhou em 2019 seu próprio filme, que conta uma nova origem ao investigar a jornada de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um comediante frustrado que passa a reagir com violência à sociedade ao seu redor.

O filme dá um novo ponto de partida para o vilão que, embora homenageie HQs clássicas do Batman, traz um tom diferente dos demais filmes de super-heróis. Por isso, ele combina não apenas com obras do Homem-Morcego, como também a títulos das mais variadas temáticas, desde revoluções populares a serial killers da vida real. Abaixo você confere 5 quadrinhos para ler após assistir Coringa.

[Cuidado com spoilers!]

Batman: Cavaleiro Branco

Divulgação/DC Comics

Escrito e desenhado por Sean Murphy, Batman: Cavaleiro Branco inverte os papéis de Batman e Coringa, colocando o Palhaço do Crime como o herói da história. A HQ se passa em um universo paralelo em que o Homem-Morcego perdeu o controle e tentou assassinar seu maior rival ao forçá-lo a engolir uma série de medicamentos vencidos. Entretanto, o criminoso não morre, mas se torna milagrosamente são e decide punir aquele que considera o verdadeiro vilão de Gotham: o Batman. Com um grande empenho em colocar o Cavaleiro das Trevas na cadeia, o agora advogado Jack Napier - nome civil que presta homenagem ao Coringa de Jack Nicholson - entra com um processo contra a cidade por deixar o Homem-Morcego agir livremente, levando o vigilante a ser proibido de atuar. Ao expor quão prejudicial o Batman é para a sociedade, revelando uma série de danos colaterais nas ações do herói que vão desde danos ao patrimônio até corrupção, Napier se torna uma espécie de símbolo para a cidade, que passa a rejeitar a figura do Homem-Morcego.

Tornar-se um modelo de rebeldia para uma sociedade cercada por problemas também acontece ao Coringa de Joaquin Phoenix. Após assassinar três executivos das Empresas Wayne, o vilão causa uma reação tanto nos poderosos, que passam a chamar a população de palhaços, quanto nos próprios cidadãos, que veem em sua figura um modelo a ser seguido graças ao seu ato de rebeldia. Tanto Cavaleiro Branco quanto o filme abordam tensões sociais e a polarização do mundo real para mostrar como uma figura tão problemática quanto a do Coringa pode ascender e passar de criminoso a herói.

Meu Amigo Dahmer

Divulgação/Darkside Books

Culpado por 17 assassinatos, Jeffrey Dahmer é um dos mais conhecidos serial killers da história dos EUA devido a crueldade de seus métodos, que incluíam estupro, canibalismo e necrofilia. O quadrinista Derf Backderf, que foi amigo de Dahmer no colégio, lançou em 2012 Meu Amigo Dahmer, uma biografia em quadrinhos do criminoso. Entretanto, o quadrinista segue a direção contrária das obras baseadas em assassinos e conta não os terríveis atos de Dahmer, mas os eventos que moldaram sua psique distorcida.

Explorando suas próprias memórias e fazendo uma extensa pesquisa sobre o criminoso, Backderf cria um detalhado estudo sobre a influência que a negligência familiar somada ao abuso de álcool e repressão sexual tiveram na trajetória de Dahmer. Coringa faz o mesmo, mostrando a gradual transformação de Arthur Fleck no Palhaço do Crime. Ao contrário das HQs, em que o vilão surge após ser jogado em um tanque de produtos químicos pelo Batman, o filme aponta a soma de traumas pessoais a uma sociedade falida como principal culpada para a criação dessa versão do criminoso.

V de Vingança

Divulgação/DC Comics

No filme do diretor Todd Phillips, Gotham enfrenta vários problemas, causando um clima de tensão que é ampliado graças à negligência por parte dos poderosos que se recusam a fazer alguma coisa para resolvê-los. Nesse contexto, um violento assassinato transforma o Coringa em um símbolo de revolta. Por mais que Arthur tenha agido de forma isolada, seu ato tornou o palhaço um símbolo muito utilizado em protestos contra os mais ricos. O mesmo ocorre em V de Vingança, HQ de Alan Moore que acompanha a jornada de V, um vigilante anarquista que, após anos de tortura em um campo de concentração promovido por um regime fascista, consegue fugir e se empenha em revidar contra seus agressores. Enquanto se vinga e livra o país do cruel regime, V se torna um símbolo e modelo para o povo, que também passa reagir contra a opressão do governo.

Entretanto, há uma diferença fundamental entre V e Coringa. Enquanto o primeiro age também com o intuito de acordar a população e construir um mundo melhor, Arthur Fleck atua em causa própria em uma forma de revide pessoal contra aqueles ao seu redor. Durante sua participação no programa de Murray Franklin (Robert De Niro), o próprio chega a dizer que não é "nada político", extraindo das manifestações que utilizam palhaço como símbolo apenas uma satisfação pessoal de finalmente ser notado.

O Rei Amarelo em Quadrinhos

Divulgação/Draco

Escrita por Robert Chambers, O Rei de Amarelo é uma coletânea de contos sobre uma peça de teatro amaldiçoada que enlouquece quem a lê até o final. O livro ficou conhecido graças às várias citações encontradas na primeira temporada da série True Detective, que faz diversas referências à sua mitologia. Em 2015, 120 anos após o seu lançamento, a publicação inspirou uma antologia chamada O Rei Amarelo em Quadrinhos, contendo histórias inéditas cujo elo de ligação é a loucura que se instaura nos personagens. Assim como Coringa mostra Arthur Fleck abraçando a loucura e com isso se deixando dominar por ações violentas, o mesmo ocorre na HQ, que apresenta como fonte de loucura não só a peça original, como também pinturas, livros de contabilidade e até redes sociais.

Batman: O Cavaleiro das Trevas

Divulgação/DC Comics

Durante a produção do filme, Todd Phillips afirmou que Coringa não seguiria nenhuma HQ. Apesar de causar polêmica entre os fãs, a declaração faz sentido, já que a jornada de Arthur Fleck não adapta nenhuma das múltiplas origens do Coringa nos quadrinhos. Porém, o longa presta várias homenagens a Cavaleiro das Trevas, uma das mais importantes histórias do Batman.

A HQ de Frank Miller é referenciada diretamente na obra várias vezes, com destaque para a massiva presença de televisores, a forma como retrata o assassinato dos Wayne e a chocante participação do vilão no Talk Show de Murray Franklin. Porém, o filme vai além do visual e absorve também discussões propostas pelo quadrinho, como o controle que a mídia exerce na população e a constante necessidade de um símbolo. Se o Coringa se torna um modelo para uma sociedade em crise, o Batman de Miller faz o mesmo ao derrotar o líder dos Mutantes e se tornar chefe dos antigos capangas de seu adversário. A estética de Coringa, muito inspirada em filmes como Taxi Driver, também incorpora a sujeira e a frieza do quadrinho de 1986.

 

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